Liga 3: Caldas regressa às vitórias em Coimbra

O Caldas continua a dar-se bem com os ares de Coimbra e obteve a primeira vitória (0-1) na condição de visitante na presente edição da Liga 3, perante a Académica. Valeu o golo de Luís Marcelino na segunda parte.

Primeira parte muito repartida em termos de posse de bola, mas o Caldas a desfrutar das duas melhores ocasiões para chegar ao golo. João Tarzan (14’) obrigou Carlos Alves a uma boa defesa, a responder de cabeça a um livre lateral. Na recarga, com o guardião no chão, Luís Marcelino não conseguiu direcionar para a baliza. Pepo (35’), não conseguiu dar melhor seguimento a uma bola conduzida por Edu até à área.

A Académica, numa postura de maior contenção, à procura de surpreender o Caldas na profundidade, só com remates de longe visou a baliza de Wilson, mas sempre sem perigo.

Na segunda parte, os estudantes adotaram uma postura mais pressionante, condicionando a saída de bola do Caldas e procurando provocar o erro da defensiva caldense mais perto da grande área.

Mas o Caldas foi mais eficiente. Numa primeira, deu o aviso com Marcelo Marquês (52’) lançado por Pepo a rematar, com ângulo reduzido, à figura de Carlos Alves. À segunda subida, o Caldas marcou mesmo. João Tarzan encontrou Miguel Rebelo a entrar na área e deu-lhe a bola, o desarme deu canto. Pepo colocou de forma exímia no coração da área, onde Luís Marcelino cabeceou para o fundo da malha.

Respondeu a Académica, após as primeiras alterações de Tiago Moutinho. Centro de João Silva e João Vítor, acabado de entrar, proporciona uma grande defesa a Wilson.

Até ao fim foi, para o Caldas, uma questão de saber sofrer. A Académica encostou os pelicanos ao seu terço defensivo, mas o Caldas nunca perdeu a organização e não permitiu situações fáceis de finalização aos estudantes.

O Caldas alcança a Académica com 9 pontos e volta a estar no grupo de terceiros classificados.

Foi uma vitória que trabalhámos muito para conseguir

As palavras de José Vala no final da partida

Que leitura faz desta vitória?
Jogámos contra uma grande equipa, motivada, que tem um onze forte e capacidade de acrescentar. Foi um jogo um bocadinho mais a pender para a Académica, sobretudo na segunda parte, mas a nossa estratégia também passava por anular alguns pontos fortes da Académica e a esse nível cumprimos na íntegra. Tirando alguns lances na parte final, conseguimos suster essa motivação da Académica, e que nós podíamos não ter depois da eliminação da Taça de Portugal. Foi uma vitória que trabalhámos muito para conseguir.

Pela forma como o Caldas se apresentou, a vitória era o mais importante neste jogo?
Não sei se era mais importante ganhar. Sentíamos que era um jogo muito importante em termos de resultado. Noutras ocasiões fomos uma mais aberta, a jogar em campo inteiro, é essa a nossa identidade, mas em alguns momentos temos que privilegiar a organização. Temos oito golos sofridos no campeonato, mas seis foram em dois jogos e isso mostra que temos essa organização. Estava ciente dessa importância do resultado, infelizmente nem sempre todos estão connosco. Sentimos, no grupo, que quem acredita em nós somos, acima de tudo, nós e tínhamos que mostrar isso.

Durante a semana, o grupo sentiu a forma como os adeptos reagiram à eliminação da Taça?
É algo que custa porque estamos a olhar para um grupo que, não gostamos de ser diferentes, mas somos. Este grupo já conseguiu tantas coisas muito boas. A Taça de Portugal antes pouco contava para o Caldas, agora, fruto do que se conseguiu nos anos anteriores, foi uma vergonha sermos eliminados na primeira eliminatória, como se as pessoas não soubessem ler o que aconteceu. Num jogo em que fomos superiores, em que tivemos um penálti para ganhar os 90 minutos e sofremos o empate num penálti que o árbitro admitiu, no fim do jogo, que se enganou. Mas ninguém ligou a isso. Temos adeptos que criticam, com critica construtiva saudável, e outros que estão escondidos à espera de momentos como esse, e às vezes tenho pena de estas vitórias os abrangerem a eles também…