Amaro da Silva jogou pelo Caldas na I Divisão Nacional e acredita que o clube pode superar a Académica e passar aos quartos-de-final da Taça de Portugal. O antigo craque alvinegro recorda boas memórias de Coimbra e da Académica.
Amaro da Silva, hoje com 92 anos, destacou-se como lateral direito do Caldas. Alinhou pelo Caldas desde a temporada em que clube caldense conseguiu a subida e em todas as temporadas na I Divisão. Apesar de não ter estado no Académica-Caldas que serviu de despedida do pelicano na I Divisão com um copioso 11-0, lembra-se bem desse resultado, que acredita ter sido reflexo do baixo moral da equipa. “Isso foi uma tristeza. Já tínhamos descido nessa altura, tivemos muito bons jogadores no Caldas, chegámos a ter três argentinos, mas depois o dinheiro foi-se acabando”, recorda.
O 11-0 infligido pela Académica a 22 de Março de 1959 foi mesmo a derrota mais pesada do Caldas nas quatro épocas em que esteve na I Divisão, seguido de um 10-0 no Estádio das Antas mês e meio antes.
Mas a tristeza dessa derrota é superada pelas boas recordação que tanto a Académica como Coimbra trazem ao Caldas e a Amaro da Silva. É que, para o lateral direito, foi contra os estudantes que se estreou na I Divisão, pelo Sporting. O encontro foi em Coimbra e ditou um empate a três golos. Mas para o lateral-direito reservista significou a conquista da titularidade até ao final de uma época que lhe valeu o título de campeão nacional. No resto da época Amaro da Silva só falhou a final da Taça de Portugal, que o Benfica acabou por vencer ao Sporting por 5-4.
Três épocas depois, Coimbra voltou a ser bom augúrio para Amaro da Silva, já no Caldas. Foi lá que se disputou a liguilha entre segundos classificados da II Divisão, na qual o Caldas bateu o Boavista por 4-1 e garantiu a subida à I Divisão Nacional. “Foi uma grande alegria para nós e para a terra”, lembra.
À excepção desse 11-0, a Académica foi sempre um adversário apetecível para o Caldas, que venceu por 2-1 os três jogos em casa e empatou os dois restantes em Coimbra. Amaro da Silva recorda que o Campo da Mata era especialmente difícil para os adversários. “Ia sempre muita gente ver os jogos, e ainda era pelado”.
Depois de pendurar as chuteiras, Amaro da Silva ainda foi treinador e depois dirigente do Caldas, mas ultimamente não tem acompanhado a equipa ao vivo. No entanto, continua atento aos resultados. “Leio sempre as notícias do Caldas. A primeira coisa que faço à segunda-feira de manhã quando leio o jornal é procurar o resultado do jogo”.
Amaro da Silva diz mesmo que teve um palpite que o Caldas não perdia com o Arouca, na ronda dos 16 avos de final, “e passou mesmo”, observa. Por isso, se o Arouca não conseguiu confirmar o favoritismo no Campo da Mata, “não me admirava se o Caldas também ganhasse à Académica”, completa.
De resto, o antigo lateral direito do Caldas lembra-se que na sua altura o clube também fez boas prestações na Taça de Portugal. Em 1955/56 chegou aos quartos-de-final e só perdeu com o Belenenses, “porque o árbitro começou a segunda parte e nós só tínhamos sete ou oito jogadores e eles marcaram um golo”. E na época seguinte o clube foi à Luz empatar a zero com o Benfica na primeira mão, acabando eliminado ao perder em casa 3-0 na segunda.