A segunda edição do concurso do Hip Hop Unite em Óbidos contou com cerca de 1300 bailarinos de 13 países
Entre os dias 26 e 29 de outubro, Óbidos esteve ao rubro com o Campeonato Mundial do Hip Hop Unite, que reuniu cerca de 1300 bailarinos de 13 países, entre os quais África do Sul, Nova Zelândia, Marrocos ou Japão, para além dos europeus, nesta segunda edição do evento em Óbidos, organizado pelo Hip Hop Unite, Hip Hop Unite Portugal, Câmara de Óbidos e Óbidos Criativa.
“Foi uma oportunidade que surgiu em 2022, através da OesteCIM, em que a Hip Hop Unite procurava em Portugal um local para fazer o campeonato mundial. Assim que soube, agarrei imediatamente o projeto”, explicou o edil obidense, Filipe Daniel.
O evento integra uma estratégia alargada de investimento no desporto e saúde da autarquia. “Já tinha muita vontade de fazer uma competição dentro desta onda da dança, dos jovens, do companheirismo que reúne esta tipologia de desporto”, continuou, aludindo ao significado subjacente ao nome “Hip Hop Unite”.
Filipe Daniel explicou que se trata de uma “oportunidade de ouro num território onde a pirâmide demográfica está um pouco invertida”, ajudando a “fixar e atrair os jovens”, “para que não tenham de procurar uma grande cidade para as dinâmicas” que lhes interessam. E o feedback tem sido “extraordinário”.
Devido à taxa de ocupação de Óbidos ser “muito grande”, os participantes ficaram alojados noutros concelhos da região Oeste, e ainda em Leiria, Marinha Grande ou Batalha,
O presidente de Óbidos expressou ainda a sua pretensão de “manter e reforçar” a parceria com o Hip Hop Unite e Hip Hop Unite Portugal para a realização do próximo evento.
Musta Elbahi, representante do Hip Hop Unite, explicou que o campeonato mundial já se realiza desde 2012, tendo passado, nos últimos anos, por Agen, em França, Leiden, nos Países Baixos, ou Martinica, nas Caraíbas. “Tentamos encontrar um novo lugar a cada cerca de dois anos”, explicou, mostrando-se “muito entusiasmado” com o resultado da competição, que “excedeu de longe as expectativas”. “Através de esforços conjugados, criámos um evento que não apenas demonstrou o incrível talento e a dedicação dos nossos participantes, como também melhorou em inúmeros aspetos comparativamente a edições passadas”, continuou.
Ao município de Óbidos agradeceu “a ajuda para continuar a expandir a sua missão de providenciar a comunidade, os recursos e a educação aos bailarinos”. Sobre a próxima edição, afirmou que “ainda não sabemos onde irá decorrer”, tendo anunciado, no evento, que será em dezembro.
As belgas Jany Meersman, de 28 anos, e Jelke Meersman, de 25 anos, participaram pela segunda vez no evento, tendo integrado a equipa vencedora do escalão de pequenas crews adultos, “Collusion”, e Jany igualmente a equipa “Rebounce”, que venceu a categoria de mega crew adultos. As irmãs ficaram alojadas em Peniche, com as duas equipas de 9 e 20 elementos, respetivamente, do mesmo treinador. “Foi muito difícil, houve muita competição e todas as equipas deram o seu máximo, o que nos deixou cheias de adrenalina”, contou Jany.
Jelke explicou que entre ensaios e a competição, não houve tempo para visitar a área, mas salientou a boa energia do evento e o convívio com outras equipas. De Portugal levam essas memórias e o troféu, depois de terem sido campeãs no seu campeonato nacional e de cerca de um ano a ensaiar a coreografia vencedora.
O Hip Hop Unite Portugal é representado por João Condesso, da Dance Life Academy, em Arruda dos Vinhos, cuja equipa de adultos mega crew ficou em segundo lugar.
Ao longo do evento, decorreram competições de pequenas crews e duos de cadetes, juniores, adultos e seniores, e de mega crews de cadetes e adultos, com as finais a decorrer no sábado, dia 28 de outubro, que este ano encerrou com uma after party animada pelo DJ Tarik e os Karetus, muito participada por jovens da região. No domingo, houve workshops.
A Câmara de Óbidos fez um investimento “na casa dos 70 mil euros, em espécie, com a logística”, rematou o edil obidense. ■