Padel: torneio nas Caldas juntou 400 participantes em saudável convívio

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Os finalistas em M1
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O padel já não é uma moda. Veio para ficar. E na passada semana juntou 400 pessoas no clube caldense, num torneio que demonstrou o lado social em torno de uma modalidade desportiva

O padel é o desporto da moda, dizem. Mas já não é só uma moda! E o crescimento exponencial de campos e de praticantes nos últimos anos comprova isso.
Na passada semana, entre os dias quinta-feira e domingo, 21 e 25 de fevereiro, no Clube de Padel das Caldas, que funciona nas antigas instalações fabris da Secla, na zona industrial, viam-se dezenas de pessoas a conviver na zona do bar, enquanto assistiam aos jogos a decorrer nos vários campos e aproveitavam para espreitar o futebol que ia dando na televisão.
O torneio, o CPC Padel Cup 5000 (que tinha como prize money os 5000 euros), esgotou as inscrições, com 400 participantes, que vieram de todo o país. Houve mais de uma centena de pessoas que se queriam inscrever, mas não foi possível por falta de vaga.
Ao longo dos dias foi possível também aferir a qualidade praticada, com jogos equilibrados e disputados até à último, com bolas que pareciam impossíveis e pontos dominadores. A presença de atletas do topo nacional no quadro atestava o nível do torneio.
Mas o padel tem um lado social e de convívio que é interessante e particular. Afinal, algo tem que ter este desporto praticado num campo retangular de 20 metros de comprimento por 10 de largura, fechado por vidros. Há semelhanças com o ténis, mas também diferenças, muitas diferenças. Ainda assim, sobre estas duas questões (a semelhança com o ténis e o lado social desta modalidade), decidimos ouvir Pedro Libório. É que este caldense, de 21 anos, era tenista profissional – esteve inclusivamente nos Estados Unidos da América na University of Nevada Athletics -, mas deixou o ténis e agora joga… padel.
“Vim aqui no verão do ano passado convidado por um amigo meu para vir bater umas bolas e brincar um bocadinho e gostei bastante”, começa por explicar ao nosso jornal. “Apaixonei-me pelo ambiente que é mais descontraído do que o ténis de competição em que passamos muito tempo sozinhos, é um ambiente mais solitário enquanto aqui existe muito o ambiente de equipa, estamos sempre a jogar com um parceiro. Temos uma família aqui, o que me fez começar a jogar”, partilha.
O caldense sente que este ambiente “é saudável, consegues abstrair-te da competição. No ténis sentia que estava sempre a competir e sozinho, não saía daquele registo de competição, aqui passado cinco minutos já estou a conviver, num ambiente relaxado, que faz bem à cabeça”.
Em relação às semelhanças e diferenças do padel com o ténis, Pedro Libório “achava que era mais parecido do que é, comecei a ter aulas e treinos em janeiro e sinto que o pessoal que vem do ténis vem com força bruta para acabar os pontos em duas, três pancadas e não é bem assim. Ainda estou a mudar o chip”.
O ex-tenista elogia ainda a organização do torneio. “É incrível, em muitos torneios de ténis não tive tanta gente a ver como está aqui. Há este espírito de família e a malta reúne-se toda para ver” os amigos a jogar pela noite dentro.
De Madrid para as Caldas
Entre as várias histórias deste torneio há algumas curiosas, como é o caso da dupla Henrique Orge e Bernardo Tavares.
Estes jovens estiveram a disputar um qualificador do torneio do Mónaco em Madrid durante a manhã da sexta-feira. Quando perderam em Espanha, apanharam um avião para Lisboa e vieram diretos para as Caldas para jogarem este torneio na cidade termal.
Também no torneio encontramos outras duas duplas curiosas: são os irmãos Santos (Bernardo e Gonçalo) e Marreiros (Ricardo e Miguel). Encontrar laços familiares nas duplas que jogam esta modalidade é algo também frequente e lógico.
Outra imagem de marca desta modalidade é ser um desporto inclusivo, ainda que não seja propriamente barato.
Entre os jogadores encontramos diversidade, seja ela de géneros, de idades (dos 17 aos 60 anos) ou até de profissões.
Depois, em termos competitivos, há vários níveis para diferenciar o estágio de evolução de cada um e, dessa forma, equilibrar os jogos.
O diretor de prova, Nuno Roberto, do Clube de Padel das Caldas, estimou que tenham passado mais de mil pessoas pelas instalações do clube durante estes dias. “Tivemos muitos jogadores mas também muita gente que veio apenas para ver jogar”, frisou.
Depois de terem criado esta estrutura do clube com os campos e bar e de a conseguirem dinamizar, os responsáveis do CPC têm já planos para uma nova expansão, que prevê a construção de mais campos que possibilitem fazer crescer a modalidade na cidade. “Com mais campos teríamos mais jogadores”, assegura Nuno Roberto à Gazeta das Caldas.
Semanalmente, o Clube de Padel das Caldas recebe 400 praticantes. Além disso, tem atualmente 170 alunos a aprender a jogar a modalidade.
Mas, uma vez mais, o lado do convívio fica patente na seguinte afirmação: “temos pessoas que vêm aqui só beber um café e estar”, conta o mesmo responsável, revelando ao nosso jornal que “no futuro o clube pretende organizar mais um torneio da Federação Portuguesa de Padel, mas com outra dimensão”.
Caldenses em bom plano
Em termos desportivos, houve vários caldenses em bom plano no primeiro CPC Padel Cup 5000.
Em M1, a categoria mais alta, a vitória foi para Diogo Jesus e Pedro Graça, que venceram José Meireles e Bernardo Bastos na final. Maria Van Zeller Garin e Alexandra Silva conquistaram o F1, numa difícil final frente a Flor Vivas e Mafalda Fernandes.
Já em M2 a dupla de caldenses Pedro Libório e José Campos foi a grande vencedora, enquanto que Margarida Braz e Maria Pascoal saíram com a vitória na final de F3.
Em M3, vitória para Miguel Rocha Santos e Carlos Coutinho e em M4 a dupla vencedora era também da casa, com André Poeira e Filipe Esteves, que participaram pela primeira vez num torneio, a arrecadarem a vitória.
Mariana Cavadas e Beatriz Nieves conquistaram o F3 e Beatriz Fernandes e Carolina Neves venceram o F4.
No M5, vitória para outra dupla caldense, com Gabriel Fernandes e Marco Custódio a baterem Rafael Alturas e Nuno Delfina na final.
Nos pares mistos (MX4) Pedro Libório e Solange Barardo foram os grandes vencedores, batendo na final Rodrigo Loureiro e Beatriz Corceiro. ■
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