
Com um plantel de 12 jogadores, dos quais metade são formados no clube, os leões das Caldas querem dar um sinal de retoma da aposta na formação. Orçamento reduzido em cerca de 35% para fazer face à dificuldade de gerar receita e potenciar a recuperação financeira do clube. Campeonato terá moldes diferentes, mas o objectivo competitivo será o mesmo, apontar aos oito primeiros
O Sporting das Caldas tem praticamente definida a estrutura do seu plantel sénior para a próxima temporada. Este ano a filosofia da equipa surge transfigurada, com a aposta numa identidade de forte componente local, que visa reabrir as portas do clube a uma formação que seja base, no futuro, da equipa principal.
António Ferreira e Diogo Guia surgem esta temporada como os homens fortes do voleibol do clube e sublinham aquela ideia-chave para a nova temporada.
Diogo Guia recorda que, na época passada, a direcção chegou tarde e numa fase em que o processo de constituição do plantel já deveria estar feito, o que, juntamente com questões de natureza orçamental, obrigou ao recurso ao mercado brasileiro.
Este ano, essa política não foi totalmente colocada de parte, mas foi adaptada à realidade do clube. “Claramente a nossa política passa por ter jogadores locais, neste momento se não somos a equipa com mais jogadores da formação no plantel sénior, andaremos perto”, refere Diogo Guia, que além de dirigente terá funções na equipa técnica. Do plantel de 12 jogadores, seis são formados no clube, aos quais se juntam Nuno Pereira e Kiká, fortemente identificados com o Sp. Caldas.
“Quisemos conciliar a experiência dos jogadores que já cá estavam com a juventude, dando um sinal que queremos apostar novamente na formação”, refere António Ferreira, lançando a segunda premissa para a nova temporada. Para completar o plantel, o clube recrutou alguns jovens brasileiros “que se estão a tentar lançar”, acrescenta Diogo Guia.
Os objectivos desportivos continuam a ser manutenção, de preferência logo na primeira fase. “Queremos uma manutenção tranquila, para que se possa trabalhar a equipa e apostar nos jovens”, reforça António Ferreira. No entanto, o dirigente realça que não será uma época fácil. O campeonato será alargado de 14 para 16 equipas e os moldes da competição serão seguramente diferentes. Em cima da mesa está um formato de primeira fase a 16 equipas, mas só com uma volta, ou com duas séries de oito equipas a duas voltas, emparelhada segundo a classificação da época passada.
CONTENÇÃO ORÇAMENTAL E LISTA CONCILIADORA
A nova filosofia desportiva vem acompanhada de uma nova postura orçamental, adaptada aos tempos de crise que se vivem e à realidade do próprio clube.
“Estamos com um orçamento cerca de 35% abaixo da época passada”, refere Diogo Guia. O clube contará essencialmente com o subsídio do contrato-programa com a Câmara das Caldas. “A verba dos sponsors são um extra, mas este ano não sabemos com o que podemos contar. No final da época tínhamos valores para receber que já não receberemos, o que é compreensível”, acrescenta o dirigente.
António Ferreira acrescenta que os tempos são igualmente de contenção porque “o projecto que vamos propor a eleições tem como objectivo pôr as contas em dia, porque ainda não estão, e isso obriga a impor um orçamento mais reduzido”, acrescenta.
O clube vai a eleições a 10 de Julho e a actual comissão administrativa está a preparar uma lista conciliadora, refere António Ferreira. O dirigente realça que se está a tentar formar uma lista conciliadora após um momento agitado na vida do clube.
“Temos tentado reunir as várias tendências do clube, anteriores direcções, e ir buscar gente nova para voltar a ter o ecletismo de que o Sporting é sinónimo nas Caldas”, refere.
Na próxima época a aposta será forte no reatar da formação no voleibol, mas o objectivo criar ou reatar modalidades, sempre a partir da formação.