Coletividades do concelho direcionaram mais as críticas ao panorama político nacional. Apenas dois carros alegóricos brincaram com a política local e a mais “dura” foi apontada à questão do saneamento
Este ano nem a chuva faltou ao carnaval das Caldas da Rainha. No domingo não houve desfile, por causa da previsão de mau tempo para a tarde, que depois até nem se concretizou, mas os desfiles de sábado à noite e a terça-feira foram suficientes para levar a folia às ruas da cidade termal, com as associações a capricharem nos carros alegóricos e nos disfarces. A tradição de um carnaval de sátira social e política manteve-se, mas muitas das coletividades também apostaram em trazer ao desfile a fantasia do cinema de animação.
Quem se esquivou, de certa forma, à crítica carnavalesca foi o executivo municipal de Vítor Marques, apenas um carro “brincou” com a autarquia e com a política local, mais precisamente com a questão do saneamento. Com uma caricatura do presidente Vítor Marques numa posição… pouco confortável, a defecar no campo, o carro aludia à questão que levou ao chumbo do orçamento dos SMAS, por obrigar a pagar saneamento às habitações que não estão servidas pela rede municipal de esgotos. “Serviços Municipalizados Águas mas Sem Saneamento”, brincava o carro alegórico, “100 taxas pagas sem serviço”.
Além de Vila Nova, apenas mais uma associação brincou com problemas locais. A Associação de Moradores do Bairro Azul criou um heliporto, com um helijato, um helicóptero “das Caldas”, para levar as grávidas da maternidade caldense para Espanha.
Depois, a maioria das coletividades optou por aludir mais às questões nacionais, a começar pelo carro do Zé Povinho, da Maria Paciência e da Ama das Caldas, do Arneirense. Transportava um Marcelo Rebelo de Sousa e um avião com as cores do Brasil, numa crítica ao caso das gémeas brasileiras e à sua operação milionária financiada pelo SNS. Mas o primeiro-Ministro não ficou a salvo. Logo atrás, no outro carro do Arneirense, do rancho Os Oleiros, vinha António Costa, “O polvo da política”. “A melhor maneira de cair é cair em si”, dizia o carro alegórico, que não esquecia ainda o caso do lítio, que fez cair o governo.
A associação dos Chãos também trazia como alvo os governantes, com “as marionetas do governo”. “Andamos todos presos por um fio e podre”, brincava o carro alegórico.
Da ADSF Alvorninha, veio a Barbie aVenturas e Fantasias nas Caldas. Um dos carros mais animados do corso, a espalhar a fantasia das bolas de sabão com muita sátira à mistura. No papel da Barbie, André Ventura, e as fantasias eram as eternas queixas dos oestinos, a Linha do Oeste, o desassoreamento da Lagoa de Óbidos, o novo Hospital do Oeste, mas também os Pavilhões do Parque.
“Que grande macacada”, dizia o carro alegórico do rancho folclórico do Guisado, e o da ARECO garantia que o nosso mel, que é como quem diz os nossos impostos e rendimentos, estão bem nas mãos de António Costa. O Monte Olivett trazia uma representação da Assembleia da República, com um Zé Povinho gigante a espreitar. “Pão e circo” são distração para o povo, aludia o carro da associação.
O Centro de Apoio Social do Nadadouro trouxe uma viagem pelo Espaço, em busca de melhores políticas de habitação, saúde e educação. E neste clima de instabilidade social, até as Matrafonas das Caldas vieram ao desfile manifestar-se, em greve. A ADSF do Coto mostrava o circo dos debates eleitorais, com André Ventura, Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro.
Mas nem só de política se fez o carnaval caldense. A fugir aos temas nacionais, talvez um dos carros mais elaborados do desfile, o do rancho As Ceifeiras, da Fanadia, mostrava um planeta ligado ao suporte básico de vida, a água e oxigénio.
E depois, houve fantasia. As coletividades do Campo trouxeram o mundo encantado de Alice no País das Maravilhas, num trabalho cuidado nos carros alegóricos, nos trajes e nas coreografias – cuidado que, de resto, todos os grupos manifestaram.
Do Landal veio a corte do Visconde, e da Ramalhosa, os irmãos Dalton com Lucky Luke na cadeia. As Superflash desfilaram de Mulans. O Grupo de Dança de São Gregório disfarçou-se de um animado jogo de bowling, o Centro Pastoral de Santa Catarina trouxe pipocas e o GD Peso morangos, mas sem açúcar nem chantilly, por causa da inflação.
E nem faltaram os animais, com a Arca de Noé da Paróquia das Caldas da Rainha, nem o Circo da BCI e a MELodia musical da Filarmónica de Alvorninha, que o carnaval é para todos os gostos, e ninguém leva a mal.
Crianças em festa na Expoeste
Este ano as crianças das escolas do concelho das Caldas tiveram uma festa de Carnaval infantil na Expoeste. Música, jogos, espetáculos e brincadeiras animaram os mais novos. ■
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