Meo Rip Curl Pro Portugal arrancou hoje em Peniche com grande espetáculo

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Depois de três dias consecutivos sem prova, devido ao forte vento “onshore” na praia de Supertubos, o Meo Rip Curl Pro Portugal arrancou, este sábado. Ao longo de 10 horas de competição, e com ondas a rondar os 1,50 e 2 metros, realizaram-se as rondas inaugurais na prova masculina e feminina, e ainda a ronda de repescagens no feminino. O dia contou com algumas surpresas: alguns dos nomes mais sonantes em prova, no masculino, seguiram para a ronda de repescagens. Entre eles o português Frederico Morais, Kelly Slater e Gabriel Medina. Quanto aos portugueses, destaque para a prestação de Teresa Bonvalot e Yolanda Hopkins, que estão ambas na 3.ª ronda da prova.

Teresa Bonvalot foi assim um dos destaques do dia, tendo vencido a bateria da 1.ª ronda. Bonvalot somou um score total de 9,93 pontos, deixando para segundo lugar a havaiana Bettylou Sakura Johnson (6,13 pontos em 20 possíveis), e enviando para as repescagens a bicampeã do Mundo Tyler Wright (5,37 pontos em 20 possíveis), que acabou mesmo por ser surpreendentemente eliminada na 2.ª ronda. “Foi incrível surfar aqui em Peniche com a praia cheia”, começou por dizer a jovem surfista de Cascais. “Posso dizer que estava nervosa, logo ao início, só por passar pelas pessoas. Mas é um nervoso bom. Estou muito feliz de estar aqui e de voltar a vestir a licra. Estou ansiosa pelo resto da prova”, disse ainda Bonvalot, que já tinha competido nas duas primeiras etapas do ano, no Havai, alcançando um 9.º e um 17.º lugar.

Teresa Bonvalot que beneficiou assim o estatuto de 1.ª suplente face à ausência da lesionada Johanne Defay, confessou que “estava muito nervosa antes da bateria”. “É muito bom estar a competir em Portugal frente às melhores surfistas do mundo. Quero representar o meu país da melhor forma possível”, concluiu a surfista de 23 anos.

Também Yolanda Hopkins passou diretamente para a ronda 3, depois de terminar a bateria da ronda inaugural na 2.ª posição. Hopkins dominou quase toda a bateria, mas a 3 minutos do fim, Carissa Moore puxou dos galões de atual líder do ranking e 5 vezes campeã do mundo e subiu do 3.º para o 1.º lugar, roubando a vitória à surfista algarvia e alcançando um score total de 11,50 pontos, em 20 possíveis. Ainda assim, Hopkins terminou no 2.ª lugar, com 9,30 pontos, apurando-se diretamente para a ronda 3 da prova. A australiana Isabella Nichols seguiu para a ronda de repescagens. Aos 25 anos, Yolanda conquistou recentemente o título de campeã europeia, garantindo ainda a qualificação para Challenger Series 2023.

No masculino,Frederico Morais foi o primeiro português a entrar na água em Supertubos, logo na quinta bateria do dia. Kikas somou 8,03 pontos, ficando na 3.ª posição do heat e seguindo para a ronda de repescagens. “O meu heat foi quase no ponto da maré vazia, o que não é a melhor maré aqui em Supertubos. Achava que ia apanhar melhores condições, porque no heat anterior houve mais oportunidades. Entrei na água à espera de uma coisa e tive de mudar a estratégia. Fiquei à espera de certas ondas, se calhar devia ter reagido mais cedo. Mas há mais uma oportunidade. Não correu como eu queria. Agora, é ir com tudo para a próxima ronda”, referiu Kikas.

Frederico Morais, que este ano não está entre a elite do surf, mas que continua a ser o surfista português com melhor resultado ranking mundial (alcançou um 10.º lugar em 2021) falou ainda do quão bom é voltar a competir em casa. “É realmente inacreditável. Quer ganhe ou perca, o público está sempre do nosso lado. E só queremos deixar os portugueses orgulhosos. Sabe muito bem voltar e faz-me querer o 25 e o “Morais” de novo nas costas. É para isso que vou trabalhar este ano para para o ano estar aqui outra vez como residente”, disse ainda Frederico Morais. O atual líder do ranking, Jack Robinson foi o vencedor desta bateria, somando uma pontuação total de 9,17 pontos, apenas mais 1,14 pontos do que o português. Em segundo lugar ficou o havaiano Barron Mamiya.

De resto, foram algumas as surpresas neste primeiro dia de prova no masculino, no que toca a surfistas que não conseguiram encontrar o seu ritmo e seguem também para a ronda de repescagens, como por exemplo o 11 vezes campeão do mundo Kelly Slater, o tricampeão mundial Gabriel Medina, ou ainda Kanoa Igarashi, Kolohe Andino ou Maxime Huscenot.

A nível internacional, o destaque deste primeiro dia vai para Rio Waida. O “rookie” oriundo da Indonésia fez a onda mais alta do dia (um aéreo pontuado com 7,83 pontos em 10 possíveis), e ainda o score mais alto do dia (15,16 pontos em 20 possíveis).

A chamada para o MEO Rip Curl Pro Portugal presented by Corona está agendada para este domingo, dia 12 de março, às 6h30 para avaliação das condições e possível começo às 7h02.