Militaris atraiu os colecionadores e interessados

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A feira contou também com palestras, recriações históricas e outras atividades

Durante o fim de semana foi possível apreciar e negociar peças raras, ouvir palestras e ver fazer facas na Expoeste

A primeira feira da militaria na Expoeste decorreu no passado fim de semana e reuniu um conjunto de objetos históricos. Ora vemos uma barretina modelo sino de 1810, do Regimento de Infantaria nº7 francês, ora vemos um chapéu, também francês, de oficial de Caçadores Apeados de 1840. São peças napoleónicas, que pertencem a Célio Dias, colecionador do Louriçal que é proprietário de mais de 700 coberturas militares e policiais desde o século XVIII. “Atualmente estou preocupado com as peças portuguesas, dada a falta de cuidado que as próprias instituições têm tido”, refere. Apresenta-nos um chapéu de Oficial General da Armada, de 1856, e um bicórnio de Oficial de 1910, mas também um do Regimento de Infantaria 5, ainda em Elvas, em 1810.
De França veio Álvaro Rodrigues, que se apresenta como o maior colecionador português da 1ª Grande Guerra, com cerca de cinco mil peças. Trouxe cerca “de 5% da coleção” que iniciou em 1966 quando tinha 19 anos. “O meu avô foi soldado na grande guerra e eu gosto muito de história”, conta. Veio de carrinha, com um reboque, apenas para dar a conhecer a sua coleção, segurada em 600 mil euros. Da mesma fazem parte uniformes completos, por exemplo, de enfermeira ou de capelão. É uma viagem no tempo, com as bandeiras francesas de 1895 que escaparam da ocupação alemã, enroladas e escondidas em igrejas.
Ambos elogiam a organização desta feira que terá recebido, segundo a organização, 3200 pessoas. “No sábado tivemos um público conhecedor, interessado e com poder de compra, que vem à procura de artigos específicos”, nota João Amaral, da organização, que garantiu a realização no próximo ano. No domingo foram mais os curiosos.
Além da feira, o evento contou com palestras, que foram um atrativo. Entre outros, Paulo Estrela e Humberto de Oliveira falaram sobre as medalhas militares, Rui Rasquilho trouxe “As invasões na região de Alcobaça entre 1807 e 1812” e Pedro Soares Branco falou da “Militaria Portuguesa”. Miguel Machado apresentou o livro “A Boina Verde das Tropas Paraquedistas Portuguesas”. Durante o evento houve recriações históricas, exposição de veículos e cutelaria ao vivo e outras atividades. ■