O Concelho de Óbidos fez um investimento significativo na construção dos três complexos escolares de Óbidos, Alvito e Furadouro, bem como na reconstrução da Escola Josefa de Óbidos. É de saudar a prioridade que o município deu a estes projetos, bem como a captação e canalização de fundos públicos, europeus, nacionais e municipais para os mesmos. Ainda bem que existe um parque escolar recente ou renovado recentemente.
Por outro lado, como é sabido, Óbidos celebrou um contrato com o Ministério da Educação, através do qual recebe uma verba anual que se destina às Escolas, num processo que é conhecido como ‘municipalização da Educação’. Por princípio, que então manifestámos, nada temos contra este movimento, que aproxima a administração dos administrados e que ilustra o que entendemos dever ser um espaço público da Educação, em que toda a comunidade é responsável pela educação e não só as escolas, que são e serão sempre o centro deste processo contínuo de formação das pessoas.
O dia-a-dia das escolas vive-se dentro do espaço escolar, com todas as dinâmicas que se estabelecem entre alunos, professores e funcionários, e com as condições materiais, pedagógicas e de gestão que existem. Para que haja uma escola de qualidade e que garanta condições de sucesso para todos e todas é preciso que os vários parceiros cumpram os seus compromissos.
É preciso que estes contratos bem-intencionados funcionem e que a gestão feita pelo município funcione melhor do que a anterior, centralizada. As queixas, porém, acumulam-se:
É normal que os alunos, principalmente os mais velhos, se recusem a comer no refeitório da escola porque a comida é escassa e de má qualidade?
É normal os alunos não possuírem um espaço de estudo e convívio adequado dentro da escola?
É desejável que as aulas terminem às 17.00 h e não haja uma solução de ‘tempos livres’? E quem trabalha, como faz para levar ou receber os filhos em casa?
É normal que um aluno demore no autocarro escolar 1 hora para chegar de casa à escola quando mora a meia dúzia de quilómetros?
É normal as aulas da manhã começarem mais tarde porque os autocarros vêm sempre atrasados?
É normal os cacifos dos alunos estarem danificados durante meses?
É normal os computadores e os projetores estarem avariados desde o início do ano letivo?
É normal que os subsídios escolares sejam sempre pagos ‘tarde e a más horas’?
Estes fatores contribuem para a partida dos nossos alunos. Sem condições, procuram outra vida escolar noutro lado. Procuram novas janelas para o mundo, mas seguramente fogem desta pequenez que se vive na escola de Óbidos.
Todos os dias perdemos um aluno para outro lado qualquer. Não nos preocupa o seu percurso escolar, pois outra escola assegurará a sua formação. A questão é que sai como aluno, mas verdadeiramente o que perdemos é um cidadão, um munícipe de Óbidos. Ao início vai estudar para fora, mas verdadeiramente vai conviver fora, participar fora, viver para fora!
Vítor Rodrigues e a sua Equipa conhecem bem a realidade da Educação e são uma verdadeira alternativa à atual gestão municipal, que acusa evidentes sinais de cansaço.
PS Óbidos