Adega do Albertino é uma referência gastronómica na região

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Gazeta das Caldas
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equipa1 de Fevereiro de 1989, quinta-feira. O restaurante Adega do Albertino abre portas no Imaginário. Prato principal: cozido à portuguesa. Casa cheia “a abarrotar”, recorda Albertino Catarino, proprietário de uma das casas mais emblemáticas do concelho.
Vinte e seis anos depois, o restaurante tornou-se um local de peregrinação gastronómica para muita gente, de tal forma que a maioria dos clientes é de fora das Caldas e muitos são turistas estrangeiros. A música ambiente é sempre o Fado.
O estabelecimento acumulou prémios gastronómicos e passou a fazer parte de vários roteiros de publicação nacionais, como a revista Sábado e o jornal Expresso, entre outros. A especialidade é mesmo a cozinha tradicional portuguesa, pela mão da mulher de Albertino, Fátima Catarino, que recria vários pratos antigos.
Para além do famoso cozido à portuguesa, uma das especialidades é o Polvo à Adega, um dos mais servidos, para além do Entrecosto com Mel e Amêndoas. Albertino Catarino salienta ainda o cabrito e a chanfana. A partir das memórias de infância de Albertino Catarino, foi criado outro prato, a Massinha de Bacalhau com Camarão.
São também famosas as entradas deste estabelecimento que fazem com que alguns clientes já estejam de barriga cheia quando passam para o prato principal. Aqui também o mas importante é a qualidade do que é servido.
“Trabalhamos com as melhores matérias primas. As carnes são escolhidas por nós e são sempre de uma boa proveniência”, referiu. Quanto à maior parte dos produtos agrícolas da época, são cultivados mesmo ali ao lado do restaurante, numa horta de que Albertino Catarino toma conta diariamente.
A Internet tornou-se uma ferramenta indispensável, nomeadamente o TripAdvisor, um site de viagens que se tornou uma referência mundial no turismo. Com o Certificado de Excelência de 2014 deste site, a Adega do Albertino consegue manter uma classificação alta (4,5) nas avaliações dos seus clientes que utilizam o TripAdvisor. “A povoação chama-se Imaginário, mas é uma experiência gastronómica muito real e saborosa a que se vive na Adega do Albertino”, é um dos comentários que se encontra relativamente ao restaurante das Caldas.

Um negócio feito a pulso

Em 1989 Albertino Catarino e a sua mulher tinham empregos fixos noutras áreas, mas já estavam no ramo da restauração há alguns anos, porque exploravam o bar do quartel dos bombeiros. Tinham também participado, com um restaurante provisório, nas feiras da Fruta e da Cerâmica, quando estas se realizavam no Parque D. Carlos I. “Os cozinhados da Fátima já eram conhecidos”, referiu Albertino Catarino, que complementava os bons sabores da cozinha com jeito para a gestão e para o atendimento aos clientes.
“Quando tudo isto começou nem sequer sabíamos bem o que iria ser”, disse. Tinham iniciado a construção de uma casa no Imaginário e tiveram a ideia de aproveitar para criar um espaço de restauração, apesar de na altura quase não existirem casas naquele local. “Era para ser a garagem, mas como era demasiado grande para isso, decidimos abrir aqui um negócio”, contou.
“Primeiro pensámos em criar uma ‘tasquinha’, mas para que tivesse mais hipóteses de sucesso, quisemos também ter alguma comida”, lembrou ainda Fátima Catarino. No entanto, quando abriram as portas, já funcionavam mesmo como restaurante e o sucesso foi tão grande que tiveram logo a certeza de terem feito a aposta certa. Isto apesar do acesso ser feito ainda numa estrada que nem sequer estava alcatroada.
A princípio trabalhavam apenas os dois, com a ajuda da filha, Ana Catarino que estava a estudar ainda, mas pouco tempo depois tiveram que contratar mais pessoal. Actualmente são sete pessoas a trabalhar. O filho, Hélio Catarino, também costuma cozinhar. “Orgulho-me muito da equipa que eu tenho”, salientou.

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“O tempo da refeição é sagrado”

Em termos físicos o restaurante também cresceu. Há 18 anos fizeram obras para uma cozinha maior e mais uma sala de refeições (num espaço onde funcionou durante algum tempo uma loja de artigos em pele). Passaram a ter 89 lugares sentados. “Havia dias em que os clientes tinham que ficar à espera lá fora porque não tínhamos mais lugares”, explicou o empresário. É que na Adega do Albertino o cliente é tratado de forma a ficar o mais tempo possível a apreciar a sua refeição, sem pressas. “O tempo da refeição é sagrado”, afirmou.
Apesar de se terem ressentido também com a crise, têm conseguido equilibrar as contas e em 2014 até conseguiram um resultado melhor do que no ano anterior. No entanto, Albertino Catarino preferiu não revelar o volume total de facturação.
É ao fim-de-semana que a casa costuma estar cheia (encerram ao domingo à noite e à segunda para descanso do pessoal), atendendo em média cerca de 100 pessoas por refeição, mas durante a semana também vão tendo clientes ao almoço e ao jantar.
Segundo Albertino Catarino, são muitos os portugueses de fora da região que vêm às Caldas com a família para fazerem uma refeição no seu restaurante. “Tenho clientes que fazem mais de 300 quilómetros, de Braga ou Évora, por exemplo, para virem aqui jantar, normalmente em grupos grandes”, contou. Na sua opinião, quantos melhores restaurantes houver, mais motivos haverá para que as pessoas passem mais tempo nas Caldas. Desta forma, acabam por passar a noite nos hotéis da região e fazerem aqui as suas compras.

 

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