A Agência Neves comemorou no passado dia 1 de Julho o seu 60º aniversário. Depois de 59 anos com instalações no nº45 da Rua do Jardim (actualmente Rua Alexandre Herculano), a mudança de instalações – para o actual número 64A da mesma rua – foi um marco na expansão de um negócio que, desde 1955 criou laços com os caldenses.A mudança para o outro lado da rua, em Março de 2014, possibilitou que a agência ficasse com mais espaço e com uma apresentação mais moderna. Aumentou a zona de exposição das urnas e outros materiais, facilitando a escolha aos clientes.
A Agência Neves surgiu como casa de móveis e agência funerária. Durante um ano foi uma sociedade entre Jaime dos Santos Neves e Manuel Soares. A partir daí Jaime dos Santos Neves fica com o negócio que especializa na área funerária.
O filho de Jaime dos Santos Neves e Laurinda Simões, Jaime Neves pegou no negócio em 1975, dois anos depois de cumprir o serviço militar.
Jaime Neves ainda recorda o tempo das carretas (carroça utilizada para transportar os falecidos e que era puxada por dois homens), e a altura em que compraram o primeiro carro (nos finais da década de 60) – um Chevrolet cuja matrícula era CE-14-44 e que o empresário recorda ter conduzido várias vezes. Actualmente a agência conta com três veículos (duas Mercedes e uma Volkswagen).
É durante a década de 70 que o negócio passa a ter funcionários porque antes quem realizava os trabalhos eram tarefeiros (geralmente, os engraxadores da Praça da Fruta). Hoje em dia emprega sete funcionários (incluindo duas administrativas) e, ao contrário do que acontecia antigamente, estes já têm formação, que é, hoje em dia, obrigatória.
Há cinco anos atrás, em entrevista à Gazeta das Caldas, Jaime Neves defendia que fazia falta um centro funerário para velar os mortos nas Caldas da Rainha. Na opinião do empresário, esse equipamento “continua a fazer falta e cada vez mais porque os locais que temos são relativamente pequenos e sem condições”.
Em 60 anos muito mudou, para além das formas e cores das urnas (até as há com símbolos de clubes de futebol, por exemplo), dos carros e do número de funcionários. Actualmente regista-se uma maior procura pela cremação, em oposição aos jazigos, cada vez menos procurados. Isto porque, segundo o empresário, estes últimos “têm um inconveniente: é um edifício que é construído e que vai recebendo os seus habitantes, os familiares que vão ocupando as prateleiras. Quando estas passam a estar totalmente preenchidas é uma casa que está cheia e que não pode ser utilizada para mais nada e que exige sempre conservação”.
Já em relação ao crematório, sendo apenas para os funerais de cremação das Caldas, o mesmo não justifica. “Mas se for para apanhar uma determinada área de concelhos vizinhos e se surgir uma maior procura na cremação já passará a justificar, até porque o mais próximo é em Camarate”.
Neste trabalho os picos de maior actividade não são previsíveis. “Nada tem a ver com o cair da folha e o rebentar da flor, como antigamente se dizia”, conta Jaime Neves. Mas certo é que se trata de um trabalho a 365 dias por ano e, em termos de atendimento telefónico, a disponibilidade tem de ser total.
Quanto ao volume de facturação e aos resultados líquidos da sua empresa, o empresário não quis divulgar, mas esclareceu que a agência faz mais de 250 funerais por ano, ou seja, uma média de, pelo menos, 0,68 funerais por dia.
Jaime Neves colaborou com a Gazeta das Caldas na década de 60. Foi autor da rubrica “Sabe quem foi” (onde dava a conhecer personalidades da cidade) e do suplemento Gazetário – uma página de humor crítico das Caldas feita pelo empresário e por Micael Faria e que várias vezes foi alvo da censura.
A Agência Neves localiza-se na Rua Alexandre Herculano, nº64A e tem as portas abertas todos os dias entre as 9h00 e as 19h00.