Autarquias unem esforços para valorizar sector vital para a região

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A Gazeta juntou os presidentes da Junta no Casal da Coita, na fronteira entre as duas freguesias

Outrora de costas voltadas, Santa Catarina e Benedita trabalham, agora, em conjunto, com o intuito de ajudarem as dinâmicas empresas de cutelaria daquelas freguesias dos concelhos das Caldas e Alcobaça a ganharem escala a nível dos mercados internacionais

As Juntas de Santa Catarina e da Benedita pertencem a concelhos diferentes, são lideradas por partidos distintos, mas estão em sintonia em vários domínios, nomeadamente no que diz respeito ao sector das cutelarias. As autarquias integram o projecto “Cutelarias de Santa Catarina e Benedita” e os respectivos presidentes, que se reuniram a convite da Gazeta no Casal da Coita, na fronteira entre as freguesias, não têm dúvidas sobre as vantagens de trabalhar em parceria.
“Não sinto qualquer rivalidade. Há uns anos havia alguma distância, mas neste momento isso não se verifica. As novas gerações conseguiram encurtar essa distância e quando se fala do sector das cutelaria essa rivalidade não existe sequer”, assevera Maria de Lurdes Pedro (PSD), a mulher que dirige a Junta da Benedita desde 2017 e que olha para a cutelaria como um “sector que afirma este território”.
Para Rui Rocha (CDS-PP), Santa Catarina “não seria o que é hoje sem as cutelarias” e, “como os empresários perceberam que ninguém ganha nada em trabalhar sozinho”, a Junta, que lidera desde 2009, apoiou este projecto da marca conjunta “desde o início”.
“Dependemos muito desta actividade económica”, adverte o autarca, notando que só na freguesia as cutelarias dão emprego a meio milhar de pessoas. Daí que seja “essencial” trabalhar em parceria, com o propósito de levar as peças de Santa Catarina e da Benedita “ainda mais longe”.
“Foram dados passos muito importantes nos últimos anos, com a abertura dos mercados asiáticos e do Médio Oriente, mas as empresas precisam sentir o apoio dos autarcas e do governo e foi também por isso que dissemos presente a este desafio”, justifica o autarca, que vai deixar a Junta no final deste mandato.

olhar para o futuro

A união de esforços entre os territórios é visível e só há um ligeiro diferendo quanto à origem desta arte na região. Mas para a presidente da Junta da Benedita isso “é o menos importante”.
“Há sempre divergências. Há quem diga que foi em Turquel, outros dizem que foi na Benedita e quem defenda que foi em Santa Catarina. Creio que isso não é importante. O importante é que foi neste território”, nota Maria de Lurdes Pedro, valorizando a afirmação do sector a nível internacional. “Quando chegamos a um destino muito longínquo e percebemos que os talheres com que estamos a ser servidos é de uma das nossas marcas há um orgulho imenso”, explica a beneditense, cuja opinião é partilhada pelo homólogo de Santa Catarina.
“Exportamos para praticamente todos os países do mundo e não há muitos sectores de actividade económica que se possam orgulhar desse facto”, sublinha Rui Rocha, para quem é “fulcral” continuar a valorizar as cutelarias da região e “olhar para o futuro”.