Empresa, que produz Maçã de Alcobaça, Pera Rocha do Oeste, morango, ameixa e batata doce, decidiu alargar atividade para as nectarinas, com
terreno arrendado para o efeito em Rio Maior
Ao longo da última década, a Casa Agrícola Ribeiros – Sociedade de Agricultura de Grupo, Lda (CARSAG) superou a barreira dos 3 milhões de euros de investimentos em inovação. A empresa, que se dedica, sobretudo, à produção e exportação de Maçã de Alcobaça, Pera Rocha do Oeste, morango, ameixa e batata doce, prepara-se, agora, para alargar a oferta às nectarinas, com um investimento em Rio Maior.
Com esta medida, a empresa vai passar a produzir pêssego e nectarinas, alargando a oferta e baixando, ao mesmo tempo, o risco da operação.
“Ao diversificar o produto não estamos a meter os ovos todos no mesmo cesto”, explica Filipe Ribeiro, o sócio-gerente de uma empresa familiar que, durante anos, se dedicou, sobretudo, à exportação e hoje trabalha também com players regionais de distribuição.
Esta estratégia de crescimento da empresa começou a ser implementada em 2004, quando a CARSAG optou por concentrar a operação num terreno na freguesia de Alfeizerão, seguindo o modelo holandês, em que os terrenos de produção rodeiam o centro de operações.
Há seis anos, a empresa, que todos os anos investe “entre 10 a 15% da faturação em inovação e algumas alterações ao nível da estrutura”, decidiu avançar para a produção de morangos, uma aposta no sentido de “evitar a sazonalidade” e numa tentativa de ter uma “fonte de receita mais estável, para ter uma faturação mensal consistente” e “manter as pessoas e a produção nos 12 meses do ano”.
De resto, a administração já tinha como metas diversificar a produção e encontrar novos canais de distribuição locais e regionais, por forma a diminuir a dependência do mercado, mas a pandemia veio acelerar o processo.
“Quando as fronteiras ficaram fechadas, em março de 2020, ficámos com muita produção parada e era necessário encontrar outras formas de escoar a produção”, recorda o empresário, frisando que, hoje em dia, a distribuição a nível regional “já representa cerca de 15% do volume de negócios” da empresa.
Crescer de forma sustentada
Com 40 colaboradores permanentes, que podem duplicar na época de colheita de maçã e pera, a empresa de comercialização de frutos e produtos hortícolas, com sede em Alfeizerão, possui uma área de produção de 60 hectares em torno do centro de operações. “E a ideia é crescer, mas de forma sustentada”, frisa Filipe Ribeiro, para quem é essencial “conciliar os produtos” e, ao mesmo tempo, “alternar as culturas” nos terrenos, procurando evitar sobrecargas nos solos.
“Desta maneira, conseguimos reduzir o risco na parte produtiva, temos mais oferta de mercado e, além disso, não estamos tão dependentes apenas de um ou dois clientes”, observa o antigo presidente da Associação de Agricultores da Região de Alcobaça.
Para além de Alfeizerão, a Casa Agrícola Ribeiros – Sociedade de Agricultura de Grupo, Lda tem terrenos na Batalha, gere os pomares da Epadrc e tem áreas de produção em Monte de Bois e Cela (Alcobaça). A escolha de localização a produção da fruta de caroço em Rio Maior deve-se à menor humidade do terreno de 12 hectares que a empresa arrendou.
A CARSAG, que exporta para vários países, entre os quais o Brasil, tem parcerias com outros produtores da região, de média dimensão, que ajudam a “criar mais volume”, e faturou no ano passado perto dos 3 milhões de euros. No centro de operações de Alfeizerão possui câmaras de atmosfera dinâmica, com tecnologia de ponta, que permitem “encostar” uma colheita à outra, o que faz com que consiga apresentar fruta de qualidade durante todo o ano. Lá fora, mas também na região.