A inovação, a competitividade e a internacionalização das empresas foram os temas abordados na OesteCIM no passado dia 27 de Outubro num seminário de promoção do espírito empresarial. Presentes estiveram cerca de 70 pessoas, entre as quais 46 empresários e 25 entidades oestinas, numa sessão promovida pela AIRO em parceria com a comunidade intermunicipal.
“No programa operacional da região Centro para 2020 foi dada uma grande prioridade à inovação, competitividade e internacionalização das empresas”, fez notar Ana Abrunhosa, presidente da CCDR, na abertura do seminário de promoção do espírito empresarial que decorreu no dia 27 de Outubro organizado pela OesteCIM e pela AIRO na sede da comunidade intermunicipal.
Os bens transaccionáveis, onde estão incluídas as mercadorias susceptíveis de exportar e/ou substituir importações, são o sector onde a CCDR reserva a maior fatia de apoios. Até ao dia anterior, na região Centro já haviam sido aprovados 2.244 projectos que envolvem um investimento de quase dois mil milhões de euros e um FEDER de quase mil milhões de euros, sendo que os pagamentos até à referida data eram de 150 milhões.
A dirigente revelou que no Centro as subregiões mais dinâmicas são Leiria e Aveiro, que são as áreas onde existem mais projectos. O Oeste “neste momento aparece em terceiro lugar, representando 10% dos apoios concedidos”. Dos 2.244 projectos aprovados para o Centro, 237 são da região do Oeste, num investimento que ronda os 200 milhões de euros e um FEDER de cerca de 90 milhões de euros, conforme esclareceu Ana Abrunhosa, que acrescentou que “a taxa de aprovação na região não é grande: a média é de 37% e é relativamente uniforme, aqui no Oeste é 33%”.
Além disso, referiu que também estão a ser preparados avisos de concurso para apoio não reembolsável a pequenos projectos de investimento e à contratação para a economia de serviços e comércio.
Pedro Folgado, presidente da OesteCIM, realçou o papel deste seminário na sensibilização para as novas iniciativas empresariais e prácticas empreendedoras. Além disso, ajuda a “dar visibilidade aos projectos que as empresas têm para apresentar alicerçados na marca Oeste e contribuir para a internacionalização das empresas”.
Já Joaquim Beato, vice-presidente da AIRO, salientou que aquela é “uma associação que abrange uma área bastante grande” que tem como objectivo “criar melhorias de espírito empresarial”.
“Um modelo de salários baixos em Portugal não nos leva a lado nenhum”
Osória Veiga, do IAPMEI, apresentou os sistemas de incentivo disponíveis através daquela entidade e Mira Amaral, da Sociedade Portuguesa de Inovação, falou da “situação económica-financeira e a competitividade da economia portuguesa”.
Defendeu que “um modelo de salários baixos em Portugal não nos leva a lado nenhum, porque vão existir sempre países com salários ainda mais baixos”. Portanto, temos de competir pelo conhecimento.
Realçou que a dívida pública somada com a privada, num total de quatro vezes o PIB, faz de Portugal “um dos países mais endividados do mundo”. Apontou a exportações correspondentes a um valor entre 60 e 70% do PIB para atingir a sustentabilidade e realçou a necessidade de cortar na despesa pública.
Depois afirmou que os impostos deveriam ser mais equilibrados nos países da UE para impedir que as empresas se deslocalizem. “É preciso um sistema de competitividade fiscal com o exterior e de equidade fiscal no interior”, defendeu.
Augusto Medina, também da SPI, apresentou o plano de acção da AIRO e, durante a tarde, os incentivos às empresas e ao empreendedorismo no Oeste continuaram a ser os temas em debate, com membros da OesteCIM, da LeaderOeste, do GAL Pesca Oeste, da Ecomar e do Turismo do Centro.