O comércio local poderá aliar-se ao centro comercial La Vie e delinear uma estratégia comum para atrair clientes
Luís Gomes, da Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste (ACCCRO) trouxe à tertúlia de novembro, realizada a 26 de novembro, o aumento das lojas dos imigrantes, concentradas na Rua Heróis da Grande Guerra. Na sessão “Comércio Local vs Centro Comerciais vs Hipermercados” que teve lugar no Café Central, nos Silos, e que foi moderada por Rui da Bernarda, da Mercearia Pena, o diretor da associação afirmou que aquele género de comércio “está a descaracterizar o típico comércio caldense”.
Como nas proximidades das lojas se juntam grupos de imigrantes, por vezes, há pessoas que se sentem de alguma forma intimidadas de passar na zona. Joaquim Beato, vice-presidente da Câmara, referiu que todas as semanas é falado na Câmara a questão da imigração “e precisamos de continuar a apostar numa efetiva integração destas comunidades”. Abordou também a questão da especulação imobiliária, do aumento das rendas e a necessidade de se impor regras para os imigrantes que se instalam na cidade. “Creio que uma ligação forte às forças de segurança, uma aposta na iluminação e uma política de integração mais objetiva poderão ser fulcrais para esta situação”, referiu.
Presente esteve também o ex-presidente da Câmara, Fernando Costa, considera que a principal inimiga do comércio local é a autarquia por causa da carga de impostos que lhes impõe.
Já Amaro Correia –o diretor do Centro Comercial La Vie das Caldas – deu a conhecer que o centro abriu há 15 anos na cidade e que este será um ano de crescimento nas vendas, face aos anteriores”.Salientou que 20% das pessoas que estacionam no centro comercial ao fim de semana “não consomem no La Vie”, ou seja, vão a outros estabelecimentos da cidade, “muito provavelmente dirigem-se à Praça da Fruta e às lojas da cidade”.
Para o diretor, faria sentido pensar uma estratégia conjunta que unisse o La Vie à estratégia de atração ao comércio local.
Em debate esteve também a tentativa da ACCCRO de fazer uma plataforma de vendas on-line para o comércio tradicional. No entanto, vários empresários partilharam a experiência de que já tentaram ter lojas on-line e perceberam “que era necessário, pelo menos, um posto de trabalho para toda a atualização que o on-line exige”, como foi o caso de Maria João Antunes, da Sapataria Bomtom.
A empresária Helena Martins, da Hm Gifts, que possui lojas na cidade e também no La Vie , partilhou a sua experiência de estar nos dois lados. Por seu lado, Sandra Martins, da Atractiva Moda XL, revelou alguma preocupação com as crescentes vendas on-line, sobretudo por causa da diminuição dos postos de trabalho. Acha ainda que os hipermercados “são necessários, apesar de nem sempre respeitarem uma correta concorrência”. Na sua opinião há estratégias para fazer frente às “Black Fridays” mas estas devem ser concertadas e “devem unir todos os comerciantes”. ■