Empresários da Benedita pedem mais habitação na freguesia

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Um painel de empresários locais discutiu o passado, o presente e o futuro da economia beneditense
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ALEB vai entrar em processo de venda de lotes e presidente da Câmara promete duplicar a área quando for atingida 75% da lotação

A Associação Empresarial da Benedita organizou no passado sábado o primeiro Congresso Empresarial da Benedita, que juntou empresários locais, associações e líderes autárquicos. A freguesia, que é reconhecida pelo seu empreendedorismo, vive uma fase decisiva no seu desenvolvimento económico, prestes a ver a Área de Localização Empresarial (ALEB) a receber as primeiras empresas. Os empresários chamaram a atenção para alguns problemas, sendo um dos principais a falta de habitação.
Camilo Lourenço, jornalista e economista que foi convidado como palestrante e moderador dos debates, foi o primeiro a levantar o problema. A falta de habitação é uma questão nacional que se agudiza numa altura em que o país está a recorrer à imigração para fazer face à falta de mão-de-obra. Camilo Lourenço deu um exemplo a norte, em Braga, onde foi criada uma parceria entre associações empresariais, o município e o Ministério da Administração Interna para lidar com esta questão.
“A associação ausculta as empresas sobre as necessidades de mão-de-obra. Discute-se com a Câmara para entender onde colocar estas pessoas e envolve-se as empresas de construção para construir habitação para elas. Estão envolvidas as escolas porque estas pessoas trazem famílias e é preciso integrá-las, e o MAI para que as pessoas venham com vistos tratados”, contou.
Hermínio Rodrigues, presidente da Câmara de Alcobaça, disse que foi dos primeiros a atacar o problema da habitação, nomeadamente para os migrantes da agricultura. “Chamei as associações de agricultores, onde se sente que há mais mão-de-obra estrangeira, eles próprios fizeram candidaturas ao PRR e estão a ser construídas algumas casas. Temos que ser facilitadores nesta questão”, disse o autarca.
Além deste projeto, Hermínio Rodrigues falou também do investimento da autarquia na construção de 62 apartamentos para aluguer a preços controlados para jovens, que iniciou em Alcobaça, mas que no futuro o autarca disse querer alargar à Benedita.
Para os empresários locais, a falta de habitação na vila poderá ser um problema maior quando as empresas começarem a instalar-se na ALEB com perspetivas de expansão. Samuel Delgado, administrador da Solancis, disse que ainda recentemente recrutou um trabalhador qualificado da zona de Pombal que acabou por ter que alugar um quarto nas Caldas.
A ALEB desempenhará um papel fundamental para o desenvolvimento da Benedita e a presidente da Junta, Maria de Lurdes Pedro, anunciou que está “para muito breve” o lançamento da venda dos primeiros lotes. O presidente da Câmara de Alcobaça, Hermínio Rodrigues, adiantou que esta “é uma obra de referência para os beneditenses, que vão ser prioritários na aquisição dos lotes”. O autarca acrescentou que, assim que 75% dos lotes estiverem vendidos, avançará com a segunda fase da ALEB, que duplicará a área daquele equipamento.
Henrique Carvalho, secretário-geral da NERLEI, anunciou a integração das duas associações empresariais, pelo que os sócios da AEB passam a beneficiar dos serviços da NERLEI. O dirigente fez a caracterização do tecido empresarial da Benedita, que é composto por cerca de 500 empresas com volume de negócios de 400 milhões de euros, cerca de 10 a 15% do volume de negócios do distrito de Leiria e 25% do concelho de Alcobaça. As exportações atingem os 60 milhões de euros. A estrutura empresarial tem 8 firmas com vendas acima dos 10 milhões de euros, que valem metade da faturação da freguesia e representam 25% do emprego.
Henrique Carvalho disse ter ficado surpreendido ao verificar que 70% das empresas da Benedita têm menos de 20 anos, “o que significa que há muito espaço para crescer”, rematou. ■

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