
Depois do sucesso das edições de Fevereiro e de Setembro, a Expoeste vai promover bianualmente uma Feira de Velharias, com uma edição na Primavera e outra no Outono.
A edição que decorreu a 29 e 30 de Setembro contou com a presença de mais de 10 mil visitantes, apesar de a entrada ser de um euro (com direito a um café). No total estiveram representados 209 expositores, a maior parte fora da região das Caldas. Esta será a maior feira do género que se realiza em espaço fechado em Portugal.
António Marques, director da Expoeste, não tem dúvidas de que este é um nicho de mercado em que o pavilhão de exposições tem de apostar, depois de outros certames temáticos terem deixado de fazer sentido de realizar devido à falta de interessados.
“Esta edição correu ainda melhor do que a primeira. Veio gente do país inteiro para vender e enchemos por completo o pavilhão”, referiu o responsável.

Na sua opinião, há cada vez mais interesse “nas coisas antigas” e dá o êxito das mostras deste género. António Marques chegou a encontrar documentos relacionados com as Caldas da Rainha na banca de expositores que vieram de outras regiões. “Há muito para pesquisar no seio destes certames, que se transformam pouco a pouco em eventos culturais”, considera.
O director da Expoeste salientou que uma parte substancial dos visitantes é conhecedora e já sabe do que vem à procura.
Um dos coleccionadores que fez questão de estar nos dois dias da feira foi Mário Lino, director do Museu do Ciclismo. “Há aqui de tudo, desde cerâmica à filatelia. Eu procuro sempre nos alfarrabistas livros e publicação antigas”, disse. No final levou sempre uns pastéis de Tentúgal “para levar à minha mulher, para ela não se zangar de eu estar aqui toda a tarde”.
Olindo Marques, de A-dos-Cunhados (Torres Vedras), viu a notícia da feira num jornal diário e veio às Caldas da Rainha de propósito. Acabou por comprar alguns artigos, entre os quais um rádio antigo. “Gosto de ver estas coisas e quando posso visito estas feiras”, contou ao nosso jornal.
Os expositores também estavam satisfeitos com os resultados obtidos, principalmente por causa do grande número de visitantes.

Magda Oliveira, da loja Alcatifadora Caldense, referiu que gosta de estar presente nos certames da Expoeste, “nem que seja para marcar presença e dizer que estamos cá”. Com vários artigos de decoração à venda, aproveitam para vender alguns com preços de ocasião.
Houve também vários artesãos a participar. A pintora Inês Neves, de Aljubarrota, levou à feira os seus trabalhos, entre os quais se destacavam os quadros de um levantamento do património religioso do concelho das Caldas da Rainha. Inês Neves tem feito estas pinturas de património religioso em vários concelhos da região.
O mestre vidreiro José Ramos, da Marinha Grande, fez questão de trabalhar ao vivo algumas peças em vidro. Aos 63 anos, e depois de trabalhar em várias fábricas da Marinha Grande, está reformado, mas continua a fazer o trabalho de criação artesanal
“Este era um trabalho que se fazia paralelamente ao trabalho de vidreiro nas fábricas. Desde muito novos fazíamos estes trabalhos”, recordou.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt































