A exportação de bens está em franco crescimento no concelho das Caldas da Rainha. No primeiro trimestre deste ano as vendas para o estrangeiro aumentaram 20,2%, aproximando-se da fasquia dos 40 milhões de euros. Já no ano passado o concelho subiu 28,9% o comércio internacional de bens, com vendas superiores a 145 milhões de euros. Caldas da Rainha é um dos concelhos que tem potenciado o crescimento do Oeste neste particular. Em Óbidos, as exportações de bens diminuíram nos dois períodos.
Segundo o INE, as exportações de bens (os serviços não estão incluídos nestes dados) nas Caldas da Rainha atingiram, no primeiro trimestre deste ano, 39 milhões de euros, mais 6,5 milhões do que em igual período do ano passado.
A indústria de maquinaria e aparelhos – sector no qual se inclui a Schaeffler Portugal – é a principal exportadora do concelho e também a maior responsável por este crescimento. Este sector industrial exportou nos primeiros três meses do ano cerca de 23,4 milhões de euros, quando no período homólogo tinha registado 20 milhões de euros em exportações.
As indústrias química e alimentar são os dois sectores seguintes com maior expressão nas exportações de bens do concelho e atingiram, respectivamente, 2,5 milhões e 2,8 milhões de euros.
Mas se a indústria química manteve o nível de vendas em relação ao primeiro trimestre de 2018, a alimentar subiu-as em 33%.
O concelho exportou 1 milhão de euros no sector têxtil (que manteve os números do ano passado) e no agrícola. Neste último registaram-se perdas significativas, uma vez que no primeiro trimestre de 2018 as vendas foram de 2,1 milhões de euros.
O sector das obras de pedra, gesso, cimento, produtos cerâmicos, vidro e outras registou também um decréscimo, ficando-se pelos 925 mil euros, contra os 975 mil euros registados no período homólogo.
As exportações de bens do concelho cresceram tanto para dentro da UE como para fora da Europa. Os negócios realizados dentro do espaço comunitário europeu totalizaram 31,8 milhões de euros (contra os 28,7 milhões do primeiro trimestre de 2018), enquanto para fora desse território ascenderam aos 7,2 milhões de euros, quase o dobro do registado no mesmo período do ano passado (3,8 milhões de euros).
OESTE CRESCE COM AS CALDAS
Em 2018, o concelho caldense registou vendas de bens para o exterior de 145,9 milhões de euros, com um crescimento de 28,9% em relação a 2017, segundo os dados provisórios do INE.
Foram mais 32,7 milhões de euros em vendas de bens para o estrangeiro do que em 2017, o que faz das Caldas o concelho do Oeste que mais cresceu tanto em proporção, como em valor. No total, a região exportou no ano passado 1,22 mil milhões de euros em bens, mais 39,1 milhões de euros do que no ano anterior com um crescimento de 3,3%.
Acompanharam as Caldas na rota ascendente os concelhos de Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras. Os restantes, viram os negócios com o estrangeiro diminuir, tendo a Nazaré liderado nas perdas pois viu o comércio de bens com o estrangeiro decrescer em 38,8%.
Em valor, o concelho mais exportador da região foi Torres Vedras, seguido de Alcobaça, Alenquer, Peniche a Caldas da Rainha.
No primeiro trimestre de 2019 a região continuou a crescer a um ritmo idêntico (3,2%), superando os 321 milhões de euros em exportações de bens. Caldas continua a ser o concelho que mais cresce em proporção, mas em valor é Alcobaça que tem a maior subida (6,8 milhões de euros).
Os principais tipos de produto que o Oeste exporta são a maquinaria, a indústria alimentar, a produção agrícola, a produção animal e as obras de transformação de pedra, cerâmica e vidro. Só estes cinco sectores valeram 255 milhões de euros em vendas para o estrangeiro nos três primeiros meses deste ano.
Os negócios da região também são sobretudo com a União Europeia (235 milhões de euros) e aumentaram 2,1 milhões de euros. Os negócios para fora do espaço comunitário são menores, totalizaram nos três primeiros meses do ano 86,2 milhões de euros, mas crescem a um ritmo superior (7,9 milhões de euros).
QUEBRA AGRÍCOLA PREJUDICA ÓBIDOS
Em Óbidos as exportações de bens diminuíram em 2018 e no primeiro trimestre deste ano. Em 2018 o concelho comercializou para o estrangeiro 12,3 milhões de euros em bens, menos 1,9% que em 2017. No primeiros três meses de 2019 a quebra foi superior, ascendendo aos 14,2%. Neste período as vendas caíram de 3,3 milhões de euros para os 2,85 milhões.
O sector da produção agrícola é o mais exportador no concelho (1,4 milhões de euros) e é o responsável por estas perdas, registando um recuo de meio milhão de euros em relação ao período homólogo.
As vendas do concelho para fora da União Europeia tiveram um ligeiro crescimento, de 1,4 milhões de euros para 1,5 milhões, pelo que foi nos mercados extra comunitários que a diminuição de vendas se fez sentir.