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Setor alimentar vale praticamente metade dos 1,6 mil milhões exportados em 2023
As empresas do Oeste fecharam 2023 com um crescimento de 5,5% nas exportações de bens e com aceleração no segundo semestre do ano, contrariando, assim, perspetivas de desaceleração no crescimento económico. As vendas para o estrangeiro atingiram os 1.638,2 milhões de euros, mais 86 milhões de euros do que no ano anterior, estabelecendo um novo marco histórico. As importações tiveram um pequeno decréscimo, o que contribuiu para um desagravamento de 23,3% da balança comercial da região.
As exportações aceleraram no segundo semestre, o que é comportamento típico, crescendo 6,4%, em relação ao período homólogo de 2022, depois de a subida ter sido de 4,6% no primeiro semestre. O que torna este crescimento mais interessante é que as exportações da região tinham retraído em abril (-8,4%) e estagnado em maio (-0,5%), mas todos os meses seguintes foram de subida acima dos valores do primeiro semestre.
O espaço da Europa comunitária continua a ser o principal mercado das exportações da região, valorizaram 4,7% ao longo do ano, para 1079,5 milhões de euros. Mas as empresas do Oeste também cresceram no resto do mundo, 7,2%, com vendas próximas dos 559 milhões de euros.
Quanto aos produtos que o Oeste mais exporta, o setor alimentar é, de longe, líder, valendo praticamente metade das exportações, com a indústria alimentar à cabeça, com mais de 315 milhões de euros negociados para o estrangeiro, logo seguido dos produtos do reino animal, com 298 milhões de euros. Perto fica a maquinaria e peças, com 289 milhões de euros. Ainda a aproximar-se da fasquia dos 200 milhões de euros estão os produtos hortofrutícolas, apesar de 2023 ter sido negativo em termos produtivos para produtos como a pera e a maçã. O setor atingiu 188 milhões de euros em exportações. Ainda acima dos 100 milhões ficaram os materiais de transporte (147 milhões de euros).
Dos setores-chave para as exportações do Oeste, apenas o da maquinaria e peças viu as exportações caírem (12,4%). Todos os restantes cresceram, com destaque para os hortofrutícolas (15%) e os produtos do reino animal (12,3%).
Destaque-se ainda o comportamento do setor da cerâmica, cujas exportações reduziram 1,2%, para 95,5 milhões de euros.
Além do crescimento das exportações, destaque para as importações, que depois de terem sofrido crescimento acentuados em 2021 e 2022, estagnaram no ano passado (-0,8%), tendo o segundo semestre contribuído de forma decisiva para tal (-3,7%). Assim, a balança comercial da região ficou em -332,6 milhões de euros, o que representa uma descida de 23,3% em relação ao ano anterior, para valores mais próximos do pré-pandemia.
Por concelhos, Torres Vedras continua a ser o que mais exporta no Oeste, mas teve um ano em contraciclo com a região, caindo 5% nas vendas de bens para o estrangeiro. No sentido oposto, Alcobaça, o segundo concelho mais exportador da região, teve um crescimento de 7,8% e Alenquer, que também passou a barreira dos 300 milhões, cresceu 17,8%.
Bem mais abaixo nas vendas, Caldas da Rainha e Peniche também perderam poder de exportação (4,3% e 0,7%, respetivamente). Já o Bombarral sustentou o crescimento dos anos passados, enquanto Óbidos regista um crescimento de 150%. ■
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