Indústria alimentar lidera vendas para o estrangeiro na região
As empresas do Oeste continuam a bater recordes de exportações e, em 2023, caminham para um novo máximo. No primeiro semestre, as vendas de bens para o estrangeiro aumentaram 3,6% em relação ao ano passado, aproximando-se dos 800 milhões de euros, impulsionadas pelo setor alimentar. As importações de bens também cresceram para novo máximo, superando pela segunda vez os 1000 milhões de euros, mas a balança comercial da região teve ligeiro desagravamento.
Nos primeiros seis meses do ano, as empresas do Oeste exportaram mais 27,3 milhões de euros, para totalizar 793,9 milhões de euros. Um valor que já supera as exportações pré-pandemia em 180 milhões de euros.
O crescimento das exportações é impulsionado, sobretudo, pela indústria de transformação alimentar, que ao atingir os 159,4 milhões de euros passou a ser o principal setor exportador da região. As vendas para o estrangeiro da indústria alimentar cresceram no primeiro semestre deste ano 6,6% e superaram as do setor da fabricação de máquinas, aparelhos, material elétrico e suas peças, que caíram 14,3%, para 153,7 milhões de euros.
Ainda acima dos 100 milhões de euros surge o setor da produção de frutas e legumes, cujas vendas para o estrangeiro caíram 8,6%, para os 112,9 milhões de euros. Esta quebra foi balançada com o crescimento do setor da produção animal, cujas exportações cresceram 21,1% na região, para 91,7 milhões de euros.
No top 10 dos setores mais exportadores da região, apenas quatro viram as vendas para o estrangeiro reduzir. É, ainda, de salientar um acréscimo de 133,4% das vendas de material de transporte, que atingiram os 70 milhões de euros, para chegar ao top 5. A cerâmica exportou 52,1 milhões de euros, com um crescimento de 4,5%.
O acréscimo das exportações não significa, necessariamente, um aumento de produção das empresas da região, se tivermos em conta que a subida é inferior à inflação.
Este incremento nas vendas é acompanhado pela subida das importações, que no mesmo período atingiram os 1017,8 milhões de euros no Oeste, mais 1,7% do que no primeiro semestre do ano passado.
É de notar que os principais produtos importados são os de origem animal (266,2 milhões de euros) e os de origem vegetal (225 milhões de euros), com valores bem acima dos exportados e a crescer, respetivamente, 10,6% e 30%.
A balança comercial do Oeste sofreu um ligeiro desagravamento, de 1,5 pontos percentuais. No primeiro semestre de 2022 as exportações representaram 76,5% das importações, este ano passaram para 78%. O défice situa-se em -223,8 milhões de euros.
No Oeste Norte, Alcobaça lidera as exportações por larga margem, seguido de Peniche e Caldas da Rainha. De notar, ainda, que os quatro concelhos mais exportadores têm balanças comerciais positivas. O mesmo acontece com o conjunto dos sete concelhos.