Falta de mão-de-obra, cooperação, tecnologia e sustentabilidade em destaque no Congresso Empresarial do Oeste

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Gazeta das Caldas - Congresso Empresarial do Oeste
O adjunto do secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Caiano, deu como exemplo de boas práticas de transferência de conhecimento e investigação colaborativa no sector da Pêra Rocha do Oeste

A falta de mão de obra, a cooperação entre empresários e meios académicos através da partilha de informação e investigação, a introdução de novas tecnologias e a sustentabilidade ambiental e económica foram alguns dos temas chave e que tocaram todos os painéis do Congresso Empresarial do Oeste.
O evento, que teve lugar no CCC no passado dia 3 de Outubro, foi, como os organizadores pretendiam, um momento para definir linhas comuns aos diferentes sectores económicos da região. Apesar de não ter lotado os lugares disponíveis, juntou cerca de 400 congressistas.

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A plateia apresentou-se composta durante todo o evento, mas a falta de tempo impediu que houvesse debate, o que teria sido importante para enriquecer o congresso

A falta de tempo para o debate foi um dos principais aspectos a melhorar para uma futura edição, que ficou no ar para 2020.
O evento fechou com o discurso do ministro do Ambiente, João Fernandes, um dos três membros do governo presentes, que deu uma verdadeira lição sobre economia circular e de como o ambiente e a economia têm que andar de mãos dadas.

Esta primeira edição do Congresso Empresarial do Oeste foi um momento para identificar o que as empresas e organismos presentes nos painéis estão a perspectivar para o futuro, embora mais numa lógica de “o que é preciso fazer” do que propriamente de “como o fazer”.
Um dos conceitos mais repetidos nos diversos painéis foi a inovação através da partilha de conhecimento e investigação colaborativa, que foi precisamente o foco da primeira intervenção do painel inaugural, pelo adjunto do secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Caiano.
O governante disse que esta colaboração entre empresários (com a participação de instituições académicas e de institutos de investigação) é fundamental para melhorar os baixos níveis de I&D (investigação e desenvolvimento). Luís Caiano anunciou uma agenda do governo para o sector com vista ao quadro comunitário 2030 orientada para a transferência de conhecimento baseada em quatro vertentes: redes de investigação, centros de competências para as diversas fileiras, apoio a grupos operacionais e laboratórios colaborativos. Nestas duas últimas Luís Caiano apontou exemplos no Oeste já em andamento. Em relação aos grupos operacionais, existem já nove projectos aprovados na região, no âmbito do PDR2020 para áreas como a fitossanidade e a adaptação da vinha às alterações climáticas, com investimentos de 3,5 milhões de euros, dos quais 2,6 milhões a fundo perdido. Nos laboratórios corporativos, o exemplo apontado foi o da Pêra Rocha, já com resultados muito significativos a partir da colaboração de empresários e do meio académico. A investigação permitiu aumentar a produção de 13 toneladas de pêra por hectare para 60 toneladas, aumentar a eficiência no uso da água e de pesticidas através da introdução de agricultura inteligente e monitorização da produção, além dos avanços na tecnologia de conservação do fruto em armazém.