No último trimestre de 2011 encerraram 26 estabelecimentos comerciais nas Caldas da Rainha, de acordo com os dados da ACCCRO. Desde o início deste ano já encerraram 12 estabelecimentos, mas desde Dezembro já abriram 17 novas “casas” de comércio.
O presidente da Associação Comercial dos Concelhos das Caldas da Rainha e Óbidos, João Frade, não considera, no entanto, que a situação seja pior do que no resto do país, pelo contrário.
“Nas Caldas da Rainha não estamos imunes à grave crise que atravessa o país e o mundo. Segundo dados do INE, nos últimos três meses em Portugal têm encerrado mais de 100 estabelecimentos comerciais por dia”, salientou.
Segundo João Frade, os encerramentos registados têm sido de vários ramos, embora sejam mais os de restauração a fechar, porque é também onde existe maior oferta.
Por outro lado, o dirigente sublinha que já em 2007, quando tomaram posse na direcção da ACCCRO, foi feito um levantamento sobre os estabelecimentos comerciais encerrados no centro da cidade e descobriram que existiam 200 lojas por arrendar.“Isso deve-se não só a questões económicas, mas também ao abandono dos centros das cidades”, que se reflecte também no comércio. Para João Frade, depois de um pico no número de estabelecimentos abertos no centro da cidade, entre 2003 e 2005, passou a existir um excesso de oferta de espaços. Na sua opinião, há também que haver um reajustamento no valor das rendas a pagar porque alguns senhorios ainda cobram um valor demasiado elevado. Um dos factores que terá feito subir algumas dessas rendas terá sido a procura das lojas de artigos chineses.
Há também uma maior oferta fora do centro da cidade. “Nos vários edifícios que se construíram incluíram-se espaços comerciais que acabam por ter melhores condições ao nível de instalações e cumprem mais facilmente os requisitos legais, especialmente ao nível da restauração”, disse.
“Investir mais no marketing da cidade”
João Frade acha que era impossível a economia nacional manter-se baseada apenas no consumo e na construção. “Batemos numa parede porque não existe mais crédito. Para voltarmos a ter um sector de comércio e serviço saudável, temos que voltar a ter um sector primário e secundário competitivo, ao nível da agricultura, das pescas e da indústria”, considera.
O dirigente exemplificou com o que acontece com os concelhos em volta das Caldas, do qual o comércio também depende, onde existem problemas na agricultura e na pesca.
O presidente da ACCCRO acha que se deve apostar mais na divulgação, no marketing e na promoção de eventos de qualidade nas Caldas da Rainha. “O que é essencial para voltarmos a ter turismo a sério”, afirmou.
João Frade lamenta que o presidente da câmara local não tenha uma maior sensibilidade para esta matéria, que poderia ajudar a economia caldense. “As maiores ‘guerras’ que tenho tido com o presidente da câmara têm sido por causa disso. Precisamos de investir mais no marketing da cidade, para atrairmos mais pessoas”, contou, acrescentando também a importância da limpeza da cidade.
A ACCCRO tem continuado a realizar vários eventos de promoção do comércio de rua, mas a autarquia tem vindo a reduzir o seu apoio, numa altura em que este deveria aumentar.
Para contrariar essa tendência, a associação comercial vai colaborar com a Óbidos Patrimonium com vista ao Festival do Chocolate, que terá lugar em Março. A ideia é estabelecer sinergias entre o comércio e o evento, para aproveitar os milhares de pessoas que irão a Óbidos e fazendo com que estes passem também pelas Caldas da Rainha. A ACCCRO vai incentivar os seus associados a participarem, por exemplo, com montras alusivas ao chocolate, ou utilizando este produto em novas sobremesas e pratos, entre outras possibilidades. Ao mesmo tempo, o comércio caldense será divulgado no festival.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt
De certeza que os unicos estabelecimentos Comerciais que se mantem abertos são aqueles que terão participado no MBA em Marketing,promovido pela ACCCRO, os que não aproveitaram esta oportunidade tão necessaria à sua actividade terão caido em desgraça.
É altura para todos os cidadão ouvirem com atenção as palavras sábias destes Gestores, dada a situação actual, certamente que com a sua criatividade vão lançar medidas originais.