Reabriu recentemente o Hotel Palace do Capitão, na marginal de São Martinho do Porto. Este é um edifício datado de 1917, assinado pelo arquitecto Ernesto Korrodi (o mesmo que desenhou a estação da Rodoviária das Caldas da Rainha), que foi adquirido no ano 2000 pelo empresário José Luís Fortunato. Depois de quase dois anos fechado, o estabelecimento volta a abrir pela mão deste construtor civil.
“São Martinho precisava que esta casa não estivesse fechada mais tempo, que reabrisse melhorada”, explicou José Luís Fortunato. Assim, decidiu abrir com uma nova esplanada exterior, e um terraço no último piso, com vista para a baía. Para além disso, irá ser criado em Setembro um wine-bar numa antiga esplanada coberta e um museu onde irá estar uma exposição de miniaturas que contam a vida do automóvel e onde haverá um espaço de venda de produtos e lembranças da região.
Mantém-se os 11 quartos e o requinte na decoração. “Já tínhamos as quatro estrelas antes de fechar, que se mantêm”, diz o empresário, antes de destacar o papel da filha mais velha, Tânia Fortunato, e à altura gerente da casa, na obtenção da quarta estrela.
Sem revelar os valores envolvidos neste negócio, o proprietário referiu que não recorreu à banca. A abertura deste estabelecimento permitiu criar seis postos de trabalho, sendo que no Verão entra mais um ou dois funcionários e estagiários.
Esta casa foi adquirida pelo construtor civil em 2000 à família do capitão Jaime Granger Pinto que deu nome ao edifício e à rua. “Primeiro adquiri o usufruto ao filho do capitão, depois a propriedade a três herdeiros e prometi que não ia esquecer o nome do capitão e que ia fazer da casa algo que a pudesse manter valorizada e limpa, com manutenção assegurada”. Para que isso fosse possível teve de a abrir ao público, o que aconteceu cinco anos depois de a ter adquirido, decorria o ano de 2005, já depois de renovar 50% do edifício e de reconstruir o restante que já se encontrava bastante degradado.
“Quando entro aqui sinto-me realizado! Sinto que é um marco da minha presença neste mundo”, disse o empresário, responsável pela construção e decoração exterior. “Tirando estas últimas remodelações, a decoração interior é toda da autoria da minha filha”, disse.
Cada quarto tem um preço médio entre os 60 e os 100 euros e a ocupação continua a ser durante dois meses (Julho e Agosto) essencialmente portuguesa e nos restantes dez estrangeira. “Os estrangeiros gostam da calma de S. Martinho do Porto no Outono e na Primavera”, e foi nesse sentido que decidiu apostar no wine-bar.
Tendo em conta que, na sua opinião, “é muito difícil rentabilizar um hotel tão pequeno”, irá abrir no próximo ano um aparthotel de dez quartos (que o proprietário quer que tenha quatro estrelas) no edifício Duque de Loulé (1862), em S. Martinho, com um grande restaurante no rés-do-chão.
Um pequeno reparo. O autor da garagem Capristanos (Rodoviária de Caldas), inaugurada em Fevereiro de 1949 não é Ernesto Korrodi (1890-1944) mas sim seu filho Camilo Korrodi (1905-1985). Basta à Gazeta confirmar nos seus arquivos esta informação