Investimento de 10 milhões de euros para reabilitar prédios em frente à EDP

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Numa bem concebida operação de comunicação, os presidentes das Caldas e da Finangeste rasgaram uma imagem dos prédios degradados fazendo aparecer o que eles serão no futuro
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Dez anos depois de terem sido deixados ao abandono devido à falência do empreiteiro, os prédios em frente à EDP estão a ser reabilitados. Trata-se de um investimento superior a 10 milhões de euros para recuperar cinco blocos com 73 apartamentos. O fundo imobiliário que adquiriu este imóvel – a Finangeste – está ainda interessado em recuperar mais dois empreendimentos nas Caldas.

As obras de reabilitação dos prédios em frente à EDP já arrancaram, num investimento superior a 10 milhões de euros. O novo proprietário é a Finangeste SA, um fundo de investimento que comprou o imóvel numa carteira de créditos mal-parados do Santander. O banco havia ficado com eles após a falência do empreiteiro. O empreendimento esteve mais de uma década ao abandono, tendo sido roubado e vandalizado.
O andar modelo já está finalizado e decorrem obras no bloco E (o mais próximo da ESAD), que deverão estar terminadas já no final de Junho. São 14 apartamentos de várias tipologias, com áreas generosas e pés direitos a rondar os três metros. Os acabamentos são de luxo e o condomínio terá piscina. Os preços começam nos 116.950 euros, mas variam consoante a tipologia, a localização e os acabamentos.
Posteriormente irão arrancar as obras no bloco D (imediatamente ao lado) e assim consecutivamente na direcção do ginásio. No total, os cinco blocos são compostos por 73 apartamentos (T1 a T5 duplex) e sete lojas.
“Esperamos que seja um símbolo de renascimento pós-crise das Caldas”, disse Paul Henri Schelfhout, presidente da Finangeste, que revelou à Gazeta das Caldas que o investimento ascende a mais de 10 milhões de euros. Este enquadra-se “na estratégia da Finangeste, que passa por investir na reabilitação urbana de créditos mal-parados” e “eliminar os cancros sociais que são criados por edifícios como este”.
O responsável não se compromete com prazos, até porque, lembra, “estamos em Portugal”. Os prazos estão dependentes, segundo o próprio, da habitual e longa burocracia, de questões de acessos e ligação de ramais e do cumprimento de prazos de obra dos próprios empreiteiros. O administrador esclarece que “a obra está completamente financiada, com capitais próprios, pelo que não vai faltar dinheiro, que já cá está e disponível”.
Revelou ainda que a empresa está “a olhar para mais dois empreendimentos de grande dimensão nas Caldas”, mas recusou-se, para já, a revelar quais são.
Segundo a empresa, esta obra envolve 150 trabalhadores, sendo que a Finangeste privilegia o trabalho com empresas da região, gerando riqueza local.
Em relação à polémica sobre parte do empreendimento estar construído em leito de cheia, Paul Henri referiu que “são questões técnicas” e que tudo foi acautelado pela sua equipa em conjunto com os técnicos da autarquia.
No evento de lançamento deste projecto, que decorreu na passada terça-feira no local, Tinta Ferreira, presidente da Câmara das Caldas, salientou a recuperação de um imóvel que trazia uma certa mágoa à cidade pelo avançado estado de degradação em que se encontrava.
O autarca revelou que está a ser feito um estudo paisagístico com a ESAD para ordenar a zona de pinhal junto ao empreendimento, que inclui a criação de caminhos pedonais. Realçou ainda que esta zona da cidade recebe um novo enquadramento com esta reabilitação, com a mudança do Montepio para o edifício da EDP, e a recuperação das duas antigas fábricas da Secla.
Em comunicado, a Finangest revelou que “o mercado português tem, só neste segmento imobiliário de carteiras de créditos não produtivos (NPL), mais de 3 mil milhões de euros em activos expectantes de intervenção”. E acrescenta que após a reabilitação, estes imóveis têm um potencial comercial superior a 10 mil milhões de euros.

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