Limo do Cais quer valorizar e preservar a alga vermelha da baía

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Algas vermelhas de São Martinho do Porto são reconhecidas pela sua qualidade

Ricardo Macedo lançou em 2018 o projeto, que iniciou a investigação sobre a alga vermelha da baía em forma de concha. Caminho passa pela certificação e pela criação de vários novos produtos

O projeto Limo do Cais nasceu há cerca de três anos e é uma aposta do designer de São Martinho do Porto, Ricardo Macedo. O objetivo é valorizar e transformar a alga vermelha da “baía das marquesas” em produtos que tragam valor acrescentado.
A alga vermelha de São Martinho do Porto é rara e dela é retirado o ágar tipo gelidium, que pode ser utilizado na gastronomia, na indústria farmacêutica, em velas aromáticas ou sabonetes naturais, mas também como substituição do plástico ou em matéria têxtil. Trata-se de um recurso que é completamente aproveitado, uma vez que depois de retirado o ágar, a biomassa que fica, pode ser usada para farinhas ou fertilizantes.
Uma das ideias de Ricardo Macedo – que conta com a parceria da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (Peniche) e da Universidade do Minho – é fazer uma t-shirt, recorrendo a uma fibra feita com estas algas e algodão. “Além do bem-estar, promove outros benefícios físicos e psicológicos”, fez notar Ricardo Macedo, explicando que a ideia está em fase de estudo.

Há 22 embarcações dedicadas a esta atividade, que correspondem a mais de cem mergulhadores

De uma parceria com a Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste surgiu também um produto a lançar brevemente: um bombom de chocolate com algas. Para o futuro está nos planos a apresentação de um filme sobre a atividade e também um livro .
De São Martinho do Porto é possível retirar anualmente cerca de 2000 toneladas de algas. Atualmente há 22 embarcações dedicadas a esta atividade, ou seja, mais de uma centena de mergulhadores. Interessa também manter a sustentabilidade e, para isso, há que saber apanhar as algas, porque caso sejam retiradas sem cuidado, não voltam a crescer. Quando bem retiradas, em apenas um ano voltam a crescer e a estar prontas para apanhar.