Linha de facas fabricada na Benedita alia tecnologia à História de Óbidos

É nas origens e nas lendas da vila medieval que a Óbidos Collection vai buscar inspiração. Trata-se de um conjunto de facas e navalhas que se podem encontrar exclusivamente nos estabelecimentos do Grupo Loja, situados dentro do burgo, e que é produzido na cutelaria beneditense ICEL – Indústria de Cutelarias da Estremadura, SA.
Carlos Ribeiro, do Grupo Loja, explica como nasceu esta colecção única. “Temos sete lojas em Óbidos e só vendemos produtos nacionais. Há um ano começámos a vender facas e navalhas e depressa notámos a atracção dos clientes por designs diferentes”.
São quatro os utensílios que compõem a Óbidos Collection, com preços que oscilam entre os 13 e os 38 euros. A faca “Mourisca” tem dois gumes, uma bolsa de pele, e junta a uma navalha que já é produzida há vários anos na ICEL elementos inspirados numa espada árabe. Já a “Conquistador” dá a uma nova roupagem a uma faca que a empresa produzia unicamente para o mercado árabe, onde é utilizada para degolar carneiros.
A navalha “Lidador” é “a peça mais completa da colecção”, diz Carlos Ribeiro. Uma lâmina e um espeto compõem esta navalha que também tem uma bolsa de pele. A última proposta é a navalha “Toupeira”, baseada numa navalha clássica e que vai buscar o nome à alcunha pela qual são conhecidos os obidenses.
Todas as facas e navalhas do conjunto estão disponíveis com quatro acabamentos diferentes, com quatro tipos de cabos.
O símbolo da colecção, presente em todos os utensílios, é a Cruz de Cristo que se encontra esculpida na base da torre de menagem do Castelo de Óbidos.
“Não pretendemos que estas sejam reproduções de peças antigas, até porque não há bases para a recriação”, diz Carlos Ribeiro. A Óbidos Collection é, isso sim, um conjunto de “peças feitas com tecnologia de ponta”, para colecção ou uso quotidiano.
O responsável pelo Grupo Loja diz que esta aposta “tem sido um êxito porque é algo completamente inesperado”. Inicialmente foram produzidas 2.500 facas e navalhas. Prepara-se uma nova encomenda dado que “algumas peças já estão a esgotar”.
Para o sucesso desta colecção em muito contribuiu, afiança Carlos Ribeiro, a ICEL, que “acreditou na ideia, viu a potencialidade e criou as condições” para que se pudesse avançar com uma linha produzida em pequenas quantidades. Com quase 70 anos de existência, a Icel tem apostado na modernização e recentemente investiu numa máquina de corte a laser, o que lhe permite apostar em produções mais pequenas. “Acreditámos neste projecto e fomos para a frente”, diz João Ribeiro, director comercial da ICEL, uma empresa “sempre aberta a novas ideias e que todas as semanas abraça novos projectos”.