Mais 467 desempregados na região no início de 2012

Como prevíamos na edição passada em que publicávamos os dados do desemprego na região Oeste Norte divulgados pelo IEFP, os números caminham rapidamente para se aproximarem dos 10 mil desempregados.
Se em Dezembro de 2012 os desempregados inscritos nos Centros de Emprego de Caldas da Rainha e Alcobaça, referentes aos seis concelhos do norte da região (que inclui também Nazaré, Óbidos, Bombarral e Peniche) chegavam aos 9.262, em Janeiro de 2012 já estão nos 9.729, mais 5% que no mês anterior, com uma subida de cerca de meia centena.
De salientar que todos os concelhos sobem pelo menos 4,5%, como é o caso de Alcobaça, mas com a excepção de Peniche que foi o único que diminuiu em Janeiro o número de desempregados.
Também se fizermos a comparação dos desempregados entre 2012 e 2007, verifica-se que aumentaram na região cerca de 30%, sendo que Peniche cresceu em Janeiro apenas 9,3% enquanto que Alcobaça atingiu quase 50% a mais. Caldas da Rainha aumento em cinco anos um terço dos desempregados inscritos e Peniche apenas 9,3%. Contudo, em relação a Peniche, se pensarmos na variação homóloga entre Dezembro de 2007 e 2011 o valor é de mais 60%.
Peniche é o concelho em que a tendência para aumento do desemprego é menos constante, havendo variações diferentes, certamente por se tratar de um porto de pesca onde incidem fortemente as variações contratuais com os pescadores.
Em termos qualitativos pode-se dizer que em função do tempo de inscrição do Centro de Emprego entre Dezembro de 2011 e Janeiro de 2012 as alterações são insignificantes, tal como em relação ao tipo de desempregado (se procura o primeiro emprego ou se já esteve empregado).
O mesmo não acontece quanto à idade dos desempregados. De Dezembro de 2011 para Janeiro de 2012 diminuiu a proporção os desempregados com mais de 55 anos em contrapartida com o aumento de todos os outros. Em contrapartida, em termos de nível de habilitações, não houve nenhuma alteração.
Outro dado interessante colhido nas estatísticas de Janeiro de 2012 é a origem dos novos desempregados: mais de metade provêm do final dos contratos a prazo, seguindo-se os despedidos com cerca de 18%, os trabalhadores por conta própria que também entram no desemprego com 12,4% e os ex-inactivos que acedem novamente ao mercado de emprego com quase 10%.
Finalmente em Janeiro de 2012 também se verifica que são as mulheres as mais penalizadas com o desemprego, atingindo 52,7% em todo a região a que nos referimos. Estes valores sobem mais na Nazaré, em que a percentagem de mulheres desempregadas é de quase 60%, com homens com uma taxa de 40%.

COMISSÃO EUROPEIA ENSAIA MEDIDAS

Mas este fenómeno do desemprego atinge quase todos os países da União Europeia, o que levou a serem tomadas medidas especiais que foram anunciadas recentemente pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, «nomeadamente tudo o que tem a ver com implementação de medidas relativamente ao mercado interno ou aquelas que podem ter resultado a curto prazo para criar emprego para jovens».
Assim saiu do Conselho Europeu a proposta de formação de «equipas de acção» para combaterem o desemprego jovem nos oito países mais afectados por este fenómeno, designadamente Espanha, Grécia, Eslováquia, Lituânia, Itália, Portugal, Letónia e Irlanda, tendo depois Barroso escrito aos chefes de Estado ou de Governo destes Estados-membros a solicitar «metodologias de trabalho» de modo a se alcançarem «progressos concretos» até Abril.
Também o governo português entregou este dossier ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, que tem reunido com os parceiros sociais e que criou uma comissão interministerial com 12 secretários de Estado para lutar contra este flagelo social.
O Governo “compromete-se a apresentar medidas concretas para combater o desemprego jovem” e irá ser visitado por uma das “equipas de acção” da Comissão Europeia que virão ajudar a estudar a forma de utilizar fundos comunitários para reduzir o desemprego jovem.
Mas o tempo urge como se pode ver nestas estatísticas. E o fenómeno, apesar de ser grave nos jovens, não deixa de atingir duramente todas as idades.

JLAS