Mercearia Pena abre unidade de produção

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Rui e Mariana da Bernarda vendem os novos bolos nos seus negócios e em revenda | Natacha Narciso

A família Bernarda está a apostar na produção de bolos e salgados para os seus espaços de café e de mercearia

A Mercearia Pena e o Café Capristanos contam, agora, com uma unidade de produção. Situado na Rua do Funchal nº 11, este novo espaço dedica-se à produção de vários bolos e salgados para aqueles dois espaços comerciais.
Bolos de fatia, tartes, queijadas, tortas e salgados são agora feitos por Mariana da Bernarda, mulher de Rui da Bernarda, empresário responsável dos dois espaços que ainda soma a casa de jogos e lotaria A Pérola da Sorte e a parceria no Restaurante Afinidades.
“Com a pandemia sentimos a obrigatoriedade de nos reinventarmos face às novas exigências do mercado”, explicou o empresário. O casal já tinha planeado dar este passo, agora antecipado pelo surgimento de oportunidade de ficar com uma unidade produtiva.
O investimento para abrir esta nova área foi feita, sobretudo, no equipamento e cifrou-se em 20 mil euros.
“As pessoas valorizam aquilo que é nosso”, relembrou o casal, explicando que para iniciar a produção de bolos e de salgados fizeram um trabalho de pesquisa em receitas antigas, algumas relacionadas com propostas conventuais. Agora já em produção estão novidades e produtos da época como broas de amêndoa e uma broa do Pena, a broa do Café da Avó e ainda a broa castelar.
Ambos salientaram o facto de ter pegado em receituário tradicional para produzir produtos recorrendo a matéria prima de qualidade. Contam que como a necessidade para os dois espaços ainda é pequena, as produções são sempre frescas, isto é, fazem bolos e salgados das várias referências todas as semanas. “Vamos tentar arriscar um bolo Rainha para o Natal e queremos também inovar, dando o nosso toque especial em alguns produtos que já existem”, disse o casal acrescentando que as novidades vão sendo testadas nos seus espaços comerciais. Estão igualmente interessados em dar resposta a encomendas, apostando na revenda.
A nova estrutura vai ainda permitir a manutenção de todos os postos de trabalho que são, no total, 30 nos vários espaços comerciais da cidade. “Para já é nisso que estamos concentrados”, contaram os empreendedores, explicando que todos os negócios se ressentiram por causa da pandemia.
No café Capristanos foi onde se sentiu mais o decréscimo da atividade, pois “a circulação de pessoas diminuiu drasticamente”. Também a lotação do espaço comercial ligado à Rodoviária foi reduzida para metade e é “aí que estamos com mais dificuldades pois é preciso assegurar 14 postos de trabalho”.
O horário do espaço era alargado e foi reduzido mas segundo Rui da Bernarda no primeiro mês de reabertura no pós confinamento “facturámos apenas 5% em relação ao ano anterior. No segundo mês, apenas 10%…”. Não é novidade que todos os negócios se estão a ressentir devido à pandemia e segundo os empresários, recuperação “está a acontecer de forma lenta”.
Também na Mercearia Pena constatou-se alterações nos hábitos de consumo. “Os clientes vêm menos vezes mas compram mais, aumentando assim o consumo médio”, contou Rui da Bernarda, acrescentando que ter menos clientes no estabelecimento fez com que a empresa apostasse nas entregas, gratuitas, em casa que fazem em todo o concelho das Caldas da Rainha.
A medida “tem-nos ajudado a conquistar mais clientes”, contou o empresário da Mercearia Pena, espaço que já alcançou o seu 110º aniversário, e que desde março apostou na entrega dos produtos ao domicílio.
A nova unidade já fabrica cinco quilos de bolos secos por dia. Segundo Mariana da Bernarda por semana são feitos pelo menos 250 salgados, entre as várias referências. Preparam-se rissóis, croquetes e empadas, estas ultimas de galinha de camarão e de legumes. Entre os rissóis, que podem ser vendidos fritos ou congelados, há uma nova e bem sucedida proposta de bacalhau, produto bem conhecido da Mercearia Pena.
A maior parte da matéria prima é adquirida na Mercearia – como ovos e farinha – e apostam na qualidade. A carne que é usada, por exemplo, é comprado em talhos das Caldas certificados.
Com a aproximação da época natalícia, aguardam-se as encomendas típicas e por isso acreditam que esta fase “será uma prova de fogo”.