A nova cerveja, criada pelo farmacêutico caldense Carlos Neto, é produzida em frente ao Parque D. Carlos I, num espaço que terá também uma zona de comes e bebes, e tem uma… beer truck
Netus é o nome da nova cerveja artesanal caldense. Produzida pelo farmacêutico Carlos Neto, jovem natural das Caldas da Rainha, a Netus apresenta-se como “divertida, saborosa, diferente, mas exigente”.
Hoje, a Netus está lançada e tem uma produção anual estimada de 2500 litros, mas recuemos a 2014 e ao 5º ano do curso de Carlos Neto na universidade. Então em Lisboa, a terminar o curso de Ciências Farmacêuticas, o jovem decidiu mostrar aos amigos que conseguia fazer uma cerveja para os jantares e convívios que organizavam. E assim foi. Depois começou a ganhar gosto e a desenvolver diferentes receitas, consoante os temas dos convívios ou a gastronomia a explorar.
A sua área de formação e a de produção da cerveja têm aspetos em comum. “São áreas que se tocam na mistura das coisas e no rigor que exigem”, conta.
Depois de terminar o curso, trabalhou na Johnson & Johnson, na Angelini Pharma e faz parte do Departamento Médico da AstraZeneca, redigindo respostas sobre ensaios clínicos em oncologia para médicos.
Mas o sonho da cerveja, esse esteve sempre presente. Já este ano realizou um teste de mercado no Caldas Late Night e decidiu avançar com a Netus.
Arrancaram com quatro receitas: a Lager (mais leve), a Queen Stout (preta), Triple (encorpada, com 8º de volume de álcool) e India Pale Ale (com muito lúpulo). “Quero fazer edições comemorativas e edições com artistas em que eles fazem os próprios rótulos”, refere o jovem empresário, que investiu as suas poupanças nesta aventura. Além das garrafas de 33cl de vidro, mais baixas do que o normal, vende cerveja à pressão, em barris de cinco, 20 ou 30 litros.
O mês de agosto está a ser de azáfama, com a presença nas Tasquinhas, no 15 de agosto (onde serão “um dos principais fornecedores de cerveja”) e a participação assegurada no festival de street food na Avenida, em dezembro. É que a Netus tem também uma beer truck, uma Citroen HY de 1972, igual às bibliotecas itinerantes da Gulbenkian, que levavam a cultura a todo o país. Esta foi adaptada para receber barris de cerveja. “Queremos percorrer os vários eventos que existem na região”, explica.
O espaço de produção, na Rua de Camões, era uma loja e foi alvo de uma grande remodelação. A parte produtiva, no rés-do-chão, ao fundo, já está a funcionar. É lá que, entre panelas e fermentadores, o farmacêutico dá asas à sua criatividade e cria a Netus.
“Vamos ter uma panela de 100 litros”, esclarece o agora empresário, que nas Caldas estudou na primária do Bairro da Ponte, na D. João II e na Raul Proença, e que atualmente reside em Lisboa, onde trabalha. O primeiro passo, conta, é “extrair os açúcares da cevada através da temperatura”. Depois, a fervura do lúpulo e o resfriar rápido do mosto. A partir daí é colocar nos fermentadores com as leveduras e aguardar. Todo o processo produtivo leva cerca de um mês a um mês e meio.
Ainda este mês deverá também abrir a vertente de comes e bebes no rés-do-chão e primeiro andar do edifício, que tem três grandes vidraças por onde entra o verde das árvores do Parque D. Carlos I. O conceito será explorado por um casal amigo, funcionando com petiscos, até às 22h00, com cerveja e kombucha. ■