Nowo pode ter futuro em risco

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A Nowo, operadora de telecomunicações que tem uma quota de mercado importante nas Caldas da Rainha, pode ter o futuro em risco com a iminência do chumbo da Autoridade da Concorrência (AdC) à compra da empresa pela Vodafone.
A AdC ainda não emitiu parecer sobre a investigação ao negócio, mas a imprensa nacional está a citar fonte oficial daquela autoridade a confirmar que a decisão chumba a operação, uma vez que a Vodafone “falhou em demonstrar que esta aquisição não teria impacto negativo na concorrência”. A Vodafone já apresentou dois pacotes de medidas no sentido de obter um parecer favorável, mas a AdC acredita que a aquisição “poderia levar, inclusivamente, a aumentos dos preços”, ao acabar com a “pressão concorrencial que a Nowo atualmente exerce” nos mercados onde está presente, como é o caso das Caldas da Rainha.
A decisão final deverá ser comunicada em finais de abril, tendo em conta que o acordo de compra e venda entre a Vodafone e a espanhola MásMóvil, dona da Nowo, expira a 15 de maio.
Inclusivamente, a Vodafone já veio a público lamentar o chumbo da AdC ao negócio, alertando que este “inviabiliza o reforço do investimento da Vodafone no mercado nacional”.
Sem acordo com a Vodafone, a Nowo corre o risco de encerrar. Numa entrevista ao jornal económico Eco, o presidente do conselho de administração da empresa, Miguel Venâncio, admitiu a hipótese o encerramento “é um dos cenários que poderá vir a acontecer”.
A Nowo, cuja origem remonta à antiga operadora de televisão por cabo Cabovisão, tem uma quota de mercado baixa, cerca de 3%, e uma cobertura de cerca de 1 milhão de casas, sobretudo em cidades de pequena e média dimensão. Segundo o relatório e contas de 2022, acumula prejuízos na ordem dos 20 milhões de euros. A MásMóvil adquiriu a Nowo à Cabonitel numa perspetiva de revenda futura. Em Espanha, a operadora viu recentemente aprovada a fusão com a Orange, mas o negócio em Portugal ficou fora do âmbito deste negócio. ■

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