Óbidos lidera turismo no Oeste, mas Caldas quase triplicou dormidas nos últimos seis anos

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Gazeta das Caldas - Turismo
Desde 2010 que Caldas da Rainha tem crescido em dormidas e proveitos e é o destino turístico do Oeste em maior expansão
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Óbidos continua a ser o concelho com maior número de dormidas no Oeste, de acordo com os dados do INE, mas Caldas da Rainha tem sido o destino em maior crescimento na região desde 2010, com uma subida acumulada que ronda os 170% em dormidas e em proveitos obtidos desde o início da década. O sector rendeu à região mais de 38 milhões de euros em 2016, com um crescimento de 20% face ao ano anterior.

O Oeste é um destino turístico por excelência, estatuto que vem cimentando desde 2012, ano a partir do qual o sector tem crescido sucessivamente, segundo os dados do Anuário Estatístico da Região Centro, publicado pelo INE e que tem como dados mais recentes os de 2016.
O concelho de Óbidos continua a ser líder dentro deste mercado, tendo registado em 2016 quase 220 mil dormidas, com um crescimento de 8,5% em relação ao ano anterior. Os resultados das unidades hoteleiras do concelho obidense são potenciados pela procura de estrangeiros, que representou praticamente dois terços do total de dormidas.
Caldas da Rainha surge em quarto lugar entre os concelhos do Oeste com mais dormidas – perto de 161 mil – mas destaca-se pelo forte crescimento que se tem manifestado desde o início da década. Em 2010 as unidades hoteleiras e de alojamento local registavam 60 mil dormidas e desde então este número não parou de crescer – é o único concelho do Oeste com este comportamento –, acumulando entre 2010 e 2016 um incremento de 170%. Nenhum mercado no Oeste tem comportamento idêntico.
Em 2016, ao contrário de Óbidos, nas Caldas a maior procura ainda é de clientes nacionais (53%), mas a diferença atenuou-se de forma considerável nesse ano. As dormidas de portugueses caíram 7,5% face ao ano anterior, mas foram amplamente compensadas pela subida de estrangeiros (69%). No total, o sector cresceu nas Caldas 18%. Apenas Alcobaça, com 21% de aumento, cresceu mais do que as Caldas, tendo passado de 76 mil dormidas para 92 mil.
Torres Vedras e Peniche, com extensas linhas de praia, ocupam o segundo e o terceiro lugares entre os concelhos do Oeste com mais procura. Torres Vedras registou um total de 190 mil dormidas, com um crescimento de 12%. Peniche cresceu 14% para 178 mil dormidas.
A Nazaré foi o concelho que menos cresceu em número de dormidas: apenas 3,6% (de 148 mil para 154 mil) e perdeu o quarto lugar na região para as Caldas.
O único concelho que registou quebra na procura turística no Oeste foi a Lourinhã, que viu as pernoitas nas suas unidades hoteleiras diminuírem de 21 mil para 15 mil, menos 26%.

OESTE ULTRAPASSOU O MILHÃO

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Óbidos representam cerca de um quarto no negócio hoteleiro do Oeste
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O ano de 2016 foi mesmo o primeiro em que o Oeste ultrapassou um milhão de dormidas, com um crescimento de 11% face a 2015. A subida foi ainda superior em proveitos (mais 18,2% que em 2015) para 38,2 milhões de euros, o que significa que a região tem crescido também em valor. De acordo com estes dados, o valor médio de cada dormida na região passou de 34,77 euros para 37,05 euros em apenas um ano.
Recuando ao início da década a evolução é ainda mais significativa. Em 2010, o número de dormidas na região tinha-se cifrado nas 537 mil, com os proveitos a somarem 20 milhões de euros.
O mercado nacional continua a ser o que mais procura dormidas na região, mas nunca nos anos recentes os valores foram tão próximos (50,8% de portugueses e 49,2% estrangeiros). Em comparação com 2015, enquanto as dormidas nacionais cresceram perto dos 5%, as de estrangeiros aumentaram 18,9%.
Em termos de proveitos financeiros, Óbidos é também – com grande margem – o concelho que mais factura com o turismo no Oeste. As dormidas renderam às unidades hoteleiras obidenses 10,2 milhões de euros, com uma valorização de 12% em relação a 2015.
Óbidos vale mais de um quarto do negócio hoteleiro no Oeste, mais precisamente 26,7% de um total de 38,2 milhões de euros.

O segundo concelho que mais factura com as dormidas é Torres Vedras, com um total de 7 milhões de euros. Apesar de também ter crescido face a 2015, este concelho foi dos que registou uma curva menos acentuada, mesmo assim com ganhos de 7,7%.
Já Peniche, que surge como terceiro concelho com melhor volume de negócios, foi o que mais valorizou entre 2015 e 2016, acima dos 40% para 6,2 milhões de euros. Isto explica-se, por um lado, pelo aumento de camas disponíveis e, por outro, pelo aumento de procura devido ao fenómeno do surf.
Caldas da Rainha também sofreu uma valorização significativa nos proveitos com as dormidas. Com um crescimento de 18,7% em relação a 2015, Caldas foi o segundo mercado que mais cresceu no Oeste. No entanto, se em termos de pernoitas a cidade termal tem o terceiro lugar no Oeste, em proveitos fica-se pelo quinto lugar e ainda muito longe dos concelhos vizinhos. As mais de 160 mil dormidas geraram 3,8 milhões de euros, com um valor médio um pouco abaixo dos 24 euros. Em comparação, Óbidos tem um valor médio que ronda os 46 euros, enquanto em Peniche se aproxima dos 35 euros.
Mesmo com menos dormidas que as Caldas, a Nazaré também consegue maiores proveitos financeiros, 6 milhões de euros, com preço médio próximo dos 39 euros por pernoita.
Comparando com o início da década, o mercado valorizou 91% no Oeste, mas o recordista do crescimento é, novamente, Caldas da Rainha. Em 2010 o sector valia na cidade termal 1,36 milhões de euros, o que significa que desde então cresceu 179%.
Peniche é o mercado que mais se aproxima destes números, com um crescimento de 138% em seis anos. Também a Nazaré mais do que duplicou as receitas, com um crescimento de 114%. Em Óbidos a subida dos proveitos foi de 67% e em Torres Vedras 47%.

Torres Vedras e Peniche com mais camas

Torres Vedras e Peniche, com mais de 1600 camas cada, são os dois concelhos do Oeste com maior capacidade de alojamento, ainda segundo o Anuário Estatístico da Região Centro relativo a 2016.
O concelho de Torres Vedras surge no topo da lista com 1670 camas, que são repartidas entre unidades hoteleiras e outros tipos de alojamento. Peniche surge este ano em segundo, tendo ultrapassado Óbidos devido a um incremento de 257 camas em relação a 2015, para um total de 1616. Óbidos fecha o pódio com 1482 camas disponíveis, mais 28 que no ano passado.
Logo a seguir a este trio surge Caldas da Rainha, com 1239 camas. Segundo os dados do INE, houve entre 2015 e 2016 uma redução de oferta nas unidades caldenses de 35 camas.
O concelho caldense surge, mesmo assim, com mais oferta que a Nazaré, que oferece um total de 1050 camas registadas.
Nesta lista, apenas não está divulgada a oferta dos concelhos do Bombarral, Cadaval e Sobral de Monte Agraço.

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