Oeste tem programa para estimular inovação no turismo

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Gazeta das Caldas
Sérgio Félix, secretário-geral da AIRO, explicou como vai funcionar o programa perante uma plateia onde estavam parceiros e representantes de entidades de apoio ao empreendedorismo
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A AIRO e a OesteCIM apresentaram no passado dia 29 de Junho um novo programa que vai dar apoio a empreendedores e empresas que tenham projectos de inovação ligados ao turismo. O Tourism Startup Program, que vai decorrer de Setembro deste ano a Abril de 2019, contempla uma série de iniciativas com o objectivo de potenciar ideias de negócio que possam trazer diferenciação ao sector e à região.

O Tourism Startup Program é um programa de aceleração de ideias de negócio e é dirigido a qualquer pessoa ou empresa que já tenha uma ideia pronta a pôr em prática na área do turismo. O negócio não tem que estar directamente relacionado com esta área, mas sim ter uma óptica inovadora de ligação ao turismo.
O objectivo do programa é “criar condições para a ligação entre todos os sectores de actividade, porque mesmo os mais tradicionais podem ter benefício com pessoas que vêm ao Oeste comprar, almoçar, visitar, ou dormir”, disse Sérgio Félix, secretário-geral da AIRO. Por isso, neste acelerador podem caber negócios tão variados como a agricultura, uma adega, ou uma metalomecânica. “Temos na região um conjunto de recursos endógenos que podemos potenciar, contribuindo para a sustentabilidade do Oeste”, realçou o mesmo responsável.
A primeira acção realiza-se a 25 de Setembro e tem por finalidade a identificação de oportunidades de negócio. Durante o mês de Julho decorre o período de inscrições, que podem ser feitas na página da associação empresarial (airo.pt). Até Setembro os promotores deste programa vão igualmente fazer um levantamento das oportunidades de negócio junto das empresas e dos municípios.
Sérgio Félix salientou que o Tourism Startup Program não é um concurso de ideias, mas um acelerador de negócios, pelo que os projectos seleccionados nesta fase serão os que estiverem mais preparados para avançar.
O programa integra-se na ferramenta FIT – Fostering Innovation in Tourism, do Turismo de Portugal, que serve para dinamizar projectos disruptivos de base turística e estimula o ecossistema empreendedor através de apoio ao desenvolvimento de ideias e modelos de negócio.Gazeta das Caldas

APOIO TÉCNICO E CIENTÍFICO

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Os projectos seleccionados terão acesso a apoio técnico, inclusivamente para concorrer aos programas de financiamento dos quadros comunitários.
O programa de aceleração consistirá também de uma série de iniciativas que se vão desenrolar até Abril do próximo ano, que incluem workshops de estímulo de ideias, open labs (espaços de aprendizagem, pesquisa e desenvolvimento) na ESTM e na EHTO e roadshows empresariais. Serão realizadas sessões de mentoria especializadas, individuais e colectivas, que serão dirigidas por especialistas nacionais nas actividades em que os projectos se inserem.
Do programa fazem ainda parte uma sessão de apresentação das ideias para um painel de investidores e também um bootcamp (sessão intensiva de aperfeiçoamento). Os produtos poderão também ser apresentados em eventos de relevo que decorrem na região, numa óptica de validação de conceito junto do público.
O programa terminará com um evento final no qual serão entregues prémios de 1.500, 1.000 e 750 euros, aos três melhores projectos.
Será ainda elaborado um e-book que ficará acessível ao público para partilha de boas práticas de sustentabilidade no turismo.
Pedro Folgado, presidente da OesteCIM, disse que a região se tem vindo a afirmar em termos nacionais e internacionais pela sua potencialidade turística, impulsionada sobretudo na faixa litoral. No entanto, salientou que o Oeste não se resume ao mar pois tem “uma oferta complementar diversa, o que é importantíssimo enquanto região”.
Considerou este tipo de programa importante para a criação de projectos empreendedores e diferenciadores, de modo a tornar o Oeste mais atraente para quem visita, mas também para quem pretende aqui investir. “A região vai ganhar com este programa de aceleração”, concluiu.
Jorge Barosa, director da AIRO, referiu que “o Oeste está na moda” e que está a construir o seu espaço nesta fileira, pela diversidade da sua oferta. A hipótese de criar inovação no turismo fará a actividade crescer mais, “mas a própria região crescerá com isso”, sustenta.
Importante parceiro no desenvolvimento do Tourism Startup Program é a ESTM, que validará as acções a realizar com o seu conhecimento científico adquirido através do Centro de Investigação do Turismo (CITUR).
Rui Martins, professor naquele pólo do Politécnico de Leiria, observou que, actualmente, o crescimento do turismo na região se deve, na sua percepção, mais à procura do que à oferta. “Está na altura de termos uma oferta criativa, diferenciadora, e espero que o projecto possa trazer essa diferenciação”, afirmou, acrescentando que o know how desenvolvido na escola pode ser um importante aliado. “Temos trabalhos de excelência, em licenciaturas e mestrados”, que poderão dar um contributo importante para o desenvolvimento do sector, acrescentou.

Oeste pode vir a ter Centro de Arbitragem de Consumo

O Oeste poderá vir a ter um Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo, integrado nos Julgados de Paz. A possibilidade de criação deste serviço, que irá mediar conflitos entre consumidores e comerciantes, foi proposto pelo secretário Estado Adjunto e do Comércio, Paulo Ferreira, que esteve na sede da OesteCIM no passado dia 29 de Junho para uma reunião de trabalho com o presidente Pedro Folgado e os secretários executivos Paulo Simões e Pedro Afonso.
Paulo Simões, primeiro secretário executivo da OesteCIM, explicou que a proposta para que o Oeste venha a ter um Centro de Arbitragem de Consumo partiu do secretário de Estado, como projecto piloto. A proposta foi bem acolhida pelo Conselho Executivo da OesteCIM e Paulo Simões referiu que este centro poderá encaixar num outro projecto piloto que a comunidade intermunicipal também está a levar a cabo – os Julgados de Paz -, aproveitando assim os recursos para as duas valências. O Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo será uma parceria entre os ministérios da Economia e da Justiça.
O encontro visou também integrar as políticas do Estado para o apoio à economia e ao comércio com os diversos projectos que a OesteCIM está a desenvolver nessa área, explicou Paulo Simões aos jornalistas, destacando as Lojas com História e o Espaço Empresa.
Em relação aos programas de estímulo às empresas locais, Paulo Simões disse que o secretário de Estado Adjunto e do Comércio anunciou um Vale Comércio, que deverá ser lançado brevemente pelo Estado central. Esta ferramenta financeira será direccionada aos pequenos comerciantes no sentido de aumentar a competitividade das micro-empresas.

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