Os Pavilhões do Parque D. Carlos I e o Parque Tecnológico de Óbidos geraram o interesse de empresários suíços que visitaram Caldas e Óbidos no passado dia 13 de Fevereiro. A visita, de âmbito nacional, surgiu na sequência da criação de uma plataforma que visa captar investimento suíço para Portugal.
A plataforma chama-se Business Hub Suisse-Portugal (BHSP) e foi formalizada no início deste mês com o objectivo de promover na Suíça as potencialidades de Portugal, quer ao nível do comércio, da indústria e dos serviços, quer em relação a futuros investimentos.
A primeira visita oficial a Portugal, pela presidente Marina Prévost-Mürier e pelo tesoureiro Jean-François Prévost, teve como destino o Oeste por influência da AIRO, que será um veículo promotor da região junto desta nova entidade.
Nesta visita foram identificados alguns potenciais investimentos e um deles é o hotel que deverá ser construído nos Pavilhões do Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha.
Jean-François Prévost disse que o projecto é “interessante” e que pode despertar o interesse dos investidores, mas primeiro “é preciso divulgar e mostrar que os projectos têm pés para andar, só assim podem resultar em investimentos”.
O presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, foi quem apresentou o projecto de recuperação dos Pavilhões do Parque e disse, no final, que o investimento suíço na requalificação daqueles imóveis será bem-vindo, assim como noutros sectores da economia do concelho.
Antes da visita ao edifício dos Paços do Concelho caldense, os representantes do BHSP estiveram no Parque Tecnológico de Óbidos (PTO) e ficaram surpreendidos por encontrar uma estrutura daquele género nesta região. “Tem preços acessíveis, estruturas e espaço óptimos e um director [Miguel Silvestre] com muita vontade de o desenvolver”, refere Marina Prévost-Mürier, que acrescenta como positivo o facto de já estarem ali estabelecidas empresas estrangeiras. Também neste caso a divulgação é muito importante, porque não há conhecimento na Suíça que o PTO existe.
A presidente do Business Hub considera que se pode promover através daquele parque a exportação de serviços tecnológicos para a Suíça, quer através das empresas nacionais, quer através da criação de filiais de empresas suíças. “É um sector muito importante para nós, tal como o trabalho à distância, que permite combater o problema da emigração que existe na Suíça”, acrescenta.
A região Oeste é interessante por ser uma zona central do país, com acesso fácil inclusivamente a Espanha. Pode também ter interesse imobiliário para pessoas “que podem vir para cá passar a reforma”.
PROMOVER ECONOMIA E A CULTURA
Marina Prévost-Mürier, jurista linguista, é neta de um português e apesar de já ter nascido na Suíça mantém interesse no país. O empresário Jean-François Prévost, apesar de não ter raízes lusas, diz que descobriu Portugal “há muitos anos e sempre achei pena que não esteja divulgado na Suíça pois é um tesouro por descobrir”, garante.
Foi para isso que, juntamente com mais sete pessoas, fundaram esta plataforma que visa ultrapassar a falta de uma câmara do comércio portuguesa no país transalpino.
“Constatámos que os suíços desconhecem quase por completo o potencial das empresas portuguesas, quer no turismo, quer na pesquisa e desenvolvimento e até da gastronomia”, observa.
Além de referenciar negócios em Portugal para empresários e investidores suíços, o BHSP vai dar apoio em termos de leis e fiscalidade e promover estudos de mercado e de recursos humanos. Pretende ainda difundir os hábitos e a cultura dos dois países, criando uma verdadeira ligação que ajude a ultrapassar diferenças de hábitos que por vezes complicam os negócios.
Jorge Barosa, director da AIRO, acompanhou a visita e contou que a associação vai ser um parceiro activo do BHSP, quer como veículo de promoção das oportunidades a Oeste, quer na realização de eventos. O primeiro vai acontecer já no mês de Maio e consiste numa formação para bancários suíços em direito fiscal internacional.
Jean-François Prévost sublinha que encontrou na AIRO um bom parceiro. “Não basta a região ter potencial, é preciso ter interlocutores com esta vontade de facilitar a implantação de projectos”, conclui.