Não houve enchente na Expoeste para o regresso da ExpoAuto, mas nem por isso os concessionários presentes deixaram de considerar a iniciativa positiva. A afluência, ainda que reduzida, foi constante e com um público interessado e comprador.
“O que se nota é que não há uma grande afluência, mas as pessoas que vêm são interessadas e já temos vários negócios concretizados”, dizia Gonçalo Tavares, director de vendas da Caetano Auto, à Gazeta das Caldas, no sábado à noite.
A empresa apostou forte na presença no evento, para o qual levou a Toyota e a Lexus e também a secção de usados.
“Quisemos apoiar o relançamento da feira porque acreditamos que vai dar frutos”, realçou Gonçalo Tavares.
Gonçalo Oliveira, director de vendas da A. Braz Heleno, defende a mesma ideia. “Se o evento for continuado e tiver maior promoção pode voltar a crescer”, acredita. A empresa trouxe à Expoeste as marcas Fiat, Alfa Romeu e BMW.
A Auto Júlio também esteve presente com as cinco marcas que representa: Mitsubishi, Hyundai, Nissan, Volvo e Mazda. Luís Prioste, vendedor, considerou o movimento até à noite de sábado “fraco, mas algumas pessoas têm curiosidade de ver os carros e também já fizemos um ou outro negócio”, revelou, acrescentando que é preciso promover mais o certame.
Apesar de não terem havido lançamentos na ExpoAuto, como chegou a acontecer no passado, o público teve a oportunidade de contactar com vários modelos recentes como o Peugeot 208, o Mazda X3, o Toyota Auris ou o Honda CR-V. Os visitantes também tiveram acesso a campanhas exclusivas que as marcas prepararam para a feira.
Estiveram ainda na ExpoAuto as empresas Lubrigaz com as marcas Volkswagen e Audi, a Sacel com a Citroën, o Grupo Lena Automóveis com a Peugeot, a Ford e a Kia e a Floresauto com a Honda. Dos concessionários presentes nas Caldas da Rainha, só a Lizauto – que representa a Renault e a Opel – e a Tecline – que detém a Mercedes, a Smart e a Skoda – não estiveram representados.
A feira contou também com uma secção de peças e acessórios, com serviços de colocação de películas (+Películas), reparação de pequenas amolgadelas (Stop Mossas), lavagem automóvel (Newash) e conversão de motores a GPL (UsseGPL).
Mercado a crescer também nas Caldas
Dados dos primeiros cinco meses do ano apontam para um crescimento de 30% nas vendas de automóveis novos em Portugal. Crescimento que se sente também no mercado caldense.
Gonçalo Tavares, da Caetano Auto, refere que as vendas da empresa têm crescido “mas timidamente, vem melhorando aos poucos”. O facto da Toyota ser uma marca “dinâmica, com uma gama actualizada”, tem ajudado. O director de vendas da concessionária da Toyota nota que há muitas pessoas de Lisboa a procurar carro nas Caldas, o que tem sido uma ajuda.
Gonçalo Oliveira, da A. Braz Heleno, também aponta a dinâmica das marcas, que têm lançado campanhas agressivas para atrair os clientes. O director de vendas da empresa refere também que há um maior optimismo dos pequenos empresários, que estão a voltar a procurar as viaturas comerciais.
“Temos crescido de forma constante a uma média idêntica à nacional em termos de concessões, na ordem dos 10 a 15%”, revela. Gonçalo Oliveira explica que os 30% anunciados pelas marcas incluem as vendas a gestoras de frotas e ao mercado de alugueres, que não passam pelas concessões.
Na Auto Júlio, Luís Prioste aponta para um crescimento “muito bom” sobretudo até Abril, mas com alguma desaceleração no mês de Maio.
Só um representante dos usados
O stand Primeiro Carro foi o único representante do mercado de usados no certame. A empresa de Pedro Alves que funciona no Casal da Crocha há três anos considera a iniciativa importante pelos contactos que se geram.
Pedro Alves, que participou noutras edições da feira quando trabalhava para outra empresa, concorda com os restantes comentários relativamente à afluência, mas também acertou alguns negócios durante o certame.
O Primeiro Carro, que completa três anos em Julho, foi criado em plena crise do segmento e tem vindo sempre a crescer entre os 10 e os 15% ao ano. No ano passado comercializou cerca de 170 automóveis, com um volume de facturação próximo dos 800 mil euros. Este ano o ritmo de crescimento mantém-se.
Para além do stand físico, trabalha com as diversas ferramentas disponíveis da internet, através de um site próprio e dos portais de referência, de onde provêm a maioria dos contactos, de clientes de norte a sul do país.
“A maioria dos negócios são com automóveis de gama média”, refere Pedro Alves, embora tenha procura tanto por automóveis mais baratos e também de topos de gama. Há muito quem procure automóveis com o antigo imposto de circulação – por ser substancialmente mais barato –, “mas são automóveis com mais de 8 anos e apesar de se arranjarem alguns, é cada vez mais difícil”, acrescenta.