Projecto Ervilha aposta no design para potenciar a produção da região

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Os designers André Valério e Sílvia Duarte venceram com o projecto Ervilha

Aliar a inovação do design aos produtos da região, potenciando o seu desenvolvimento, é o objectivo do projecto Ervilha, concebido por André Valério e Sílvia Duarte, licenciados pela ESAD. O projecto recebeu, no passado dia 24 de Janeiro, o prémio “Indústrias Criativas”, atribuído pelo Parque Tecnológico de Óbidos (PTO), no âmbito do Concurso de Ideias e Planos de Negócio Arrisca C.
Entre os 20 prémios atribuídos (16 para ideias de negócio e quatro para planos de negócio) foram distribuídos mais de 135 mil euros.

A ervilha germina criatividade e novos produtos utilizando o design como ferramenta no desenvolvimento da região, estabelecendo relações entre pessoas e profissionais. É desta forma que os jovens designers explicam o seu projecto, que foi premiado com uma incubação virtual durante um ano no PTO.
Os jovens, que trabalham actualmente como designers em empresas do distrito, pretendem arrancar com este projecto de empreendedorismo até ao final do ano. A trabalhar numa empresa no Juncal (freguesia de Porto de Mós) há quatro anos, Sílvia Duarte tem como funções procurar fornecedores e tem-se apercebido que as empresas locais, na sua estrutura, não possuem um designer ou um departamento de design.
“Essas pessoas que fazem tão bem as coisas não querem também ousar pelo design”, afirma a jovem de 25 anos, licenciada em Design Industrial. Também André Valério, ao longo da sua licenciatura em Design de Ambientes foi desenvolvendo projectos com empresários da região o que lhe permitiu organizar uma rede de contactos.
No âmbito do mestrado que está a fazer em Design de Produto, o jovem realizou um evento onde juntou jovens designers nacionais que tinham, de algum modo, uma relação com as Caldas. “Resolvi desafiá-los a fazer uma exposição que tinha como propósito apresentar trabalhos elaborados pelos designers e produzidos na região”, disse, referindo-se ao Joio, que esteve patente nos Silos entre 5 e 13 de Março de 2011.
Depois da mostra, alguns dos projectos seguiram para uma fase de comercialização e outros ficaram em stand by. Em Setembro o colectivo participou igualmente com uma exposição de trabalhos na Experimenta Design, em Lisboa.
“Os produtos da região têm potencial para serem vendidos no país e depois no estrangeiro”, conta André Valério, acrescentando que o projecto pretende potenciar ainda mais a produção da região recorrendo ao design.
“Há uma oportunidade para a Ervilha intervir, com a inovação pelo design”
, destaca o jovem, que considera que a inovação e a criatividade são um bom alicerce para a promoção da venda e crescimento económico dessas empresas e da região.
A Ervilha irá actuar principalmente nos sectores mais ligados à região, nomeadamente da cerâmica e do vidro, das embalagens, das madeiras, dos plásticos e metais.
Relativamente ao prémio de 720 euros que receberam do PTO, um dos patrocinadores do concurso Arrisca C, Sílvia Duarte refere que “faz todo o sentido a associação a Óbidos, que quer transformar-se num pólo da criatividade a nível nacional e internacional”.
Numa segunda fase do projecto os jovens pretendem aliar o desenvolvimento de produtos em pequenas empresas à sua comercialização numa loja a criar nas Caldas ou em Óbidos.
“Trata-se de uma necessidade do mercado e poderá ser uma oportunidade para nós e para desenvolver a região, que tem coisas tão boas”, resumem os jovens designers.

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Três projectos de estudantes do IPL premiados no Arrisca C
Além do projecto Ervilha, também as ideias de Ana Isabel Magalhães, da ESAD, e Maria de Fátima Santos, da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) foram as premiadas pelo Arrisca C, um concurso que visa estimular o desenvolvimento de conceitos de negócio em torno dos quais se perspective a criação de novas empresas.
Nuno Mangas, presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), salienta a originalidade e empreendedorismo dos estudantes que participaram no concurso e destacou que, além dos três projectos vencedores, houve mais três ideias, não premiadas, “mas também elas de grande qualidade”.
Ana Isabel Magalhães, estudante da ESAD, apresentou o projecto “Oshka”, que tem como objectivo a criação de peças de vestuário únicas, práticas e com um design exclusivo, manufacturadas e com produção limitada. A elevada qualidade das peças produzidas confere-lhes um carácter único, tal como um artigo de colecção.
Esta ideia valeu à jovem o prémio NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria, com a atribuição de um curso de formação avançada nas áreas de gestão e liderança, no valor de 750 euros.
Já Maria de Fátima Gonçalves, da ESTM, apresentou o projecto marAlgae, que aposta no desenvolvimento do mercado da produção e venda de biopolímeros extraídos a partir da alga Asparagosis Armata, que existe ao longo da costa portuguesa, e que são amplamente utilizados nas áreas alimentar, microbiológica e farmacológica. A autora recebeu o prémio IPJ / Finicia Jovem, um voucher em horas de consultoria para o reforço das competências na promoção do projecto, no valor de 1500 euros.
O “Arrisca C”, que é uma parceria entre a Universidade de Coimbra e a Câmara de Coimbra, no âmbito do programa Inov C, premiou 16 projectos entre 134 candidaturas apresentadas a nível nacional.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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