Empresa está a criar espaços de coworking, reabilitando um dos centros comerciais da cidade. Investimento para recuperar lojas foi de 130 mil euros
O espaço do Prontos, que fica na Avenida 1º de Maio, está a crescer e já chegou ao Centro Comercial Avenida.
Rui Vieira é o empresário da firma que, além da loja Ipremium da Apple, aposta forte nos espaços de coworking. Começou há dois anos com quatro salas, depois passaram a nove espaços em março e, este mês, “já temos 20 espaços de coworking ocupados e cerca de 60 empresas encubadas no Prontos”, disse o responsável à Gazeta das Caldas. Ao todo integram esta iniciativa pessoas de 13 nacionalidades diferentes que escolheram vir viver para esta região.
Em junho de 2023 entraram nos espaços de loja do Centro Comercial Avenida que estavam fechados e que agora ganharam nova vida. Propuseram-se a pagar rendas adiantadas e, à conta do Prontos, foram feitas obras de renovação nos espaços, numa intervenção que custou à empresa cerca de 130 mil euros e foi feito com recurso à economia local. “Teve que ser tudo arranjado, mudada a eletricidade, algumas paredes e até chão tivemos que construir”, disse o empresário que “transformou” 12 lojas em espaços de trabalho, melhorando também a dinâmica do espaço e o ambiente para as poucas lojas que se mantinham naquele espaço.
No centro comercial Avenida já estão a funcionar os espaços de trabalho que são das áreas mais variadas, desde a financeira, programação, venda de equipamentos e marketing digital. Há também advogados, solicitadores e uma série de outros profissionais liberais que fazem parte deste projeto.
“Para nós é indispensável alguns valores que são o respeito pelo próximo, a sustentabilidade, a partilha da mesa e o cuidar do outro”, referiu Rui Vieira, frisando que o Prontos “não é uma imobiliária” e, como tal, há ações conjuntas entre os coworkers deste projeto. Uma das iniciativas do Prontos de ensinar empreendedorismo aos mais novos até já chegou às camadas mais jovens do Futebol Clube das Caldas.
“Acolhemos pessoas com ideias para ter impacto e para nós é importante a comunidade e a cidade onde estamos”, disse Rui Vieira. As salas custam entre os 300 e os 600 euros por mês, consoante as áreas, e os utilizadores dispõem de espaços com decoração própria e ainda “com luzes sustentáveis, energia verde e internet super rápida”, tudo incluído no preço do arrendamento.
“Está a ser incrível pois onde existiam salas vazias com humidade há agora espaços renovados onde trabalham advogados, financeiros, designers e empresários, solicitadores, programadores, arquitetos e contabilistas”, disse o empresário.
O projeto do Prontos teve inicialmente mais dois sócios, José do Vale e Daniel Duarte, mas as suas quotas foram adquiridas por Rui Vieira que agradece a parceria inicial mas que preferiu apostar forte no conceito de coworking de cariz comunitário, onde todos se apoiam.
“Até junho de 2024 esperamos chegar às 100 empresas neste conceito”, disse o empreendedor, atento também às questão sociais. “Temos que voltar a dar dignidade às pessoas e não nos podemos escravizar uns aos outros”, disse Rui Vieira, para quem o respeito pelo outro, o cumprir das horas de trabalho e o tempo livre para a família é essencial e deveria ser cumprido por todos.
Hoje o centro comercial Avenida é um espaço interessante onde está, por exemplo, a empresa de marketing digital Dois Meios. O casal Maria Ventura e Tiago Claro contou que estão desde setembro passado no Prontos pois após a pandemia e o nascimento da filha, “pareceu-nos que vir para aqui era a opção mais lógica e sustentada”. Ambos são caldenses e estão a gostar de fazer parte deste projeto de reabilitar este centro comercial “lugar que faz parte da nossa infância, onde vínhamos quando éramos mais novos”, referiram. O casal trabalha nas áreas do Marketing Digital, do vídeo e da fotografia e sentem-se bem por ter vizinhos financeiros, da área da programação, terapias ou da venda de equipamentos. Alguns profissionais que estão no Prontos já contribuíram com ações de formação e de capacitação para caldenses de vários setores. “Já recebemos propostas para sair da cidade, e quando estivermos prontos vamos multiplicar o conceito noutros lugares. Por agora ainda há muito a fazer nas Caldas da Rainha”, rematou o empreendedor. ■