No passado dia 8 de Novembro realizou-se a entrega das medalhas do concurso de vinhos de Lisboa. Vários produtores da região foram premiados, numa noite em que Francisco Toscano Rico, presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) de Lisboa anunciou que a produção este ano atinge os 60 milhões de garrafas, mantendo a tendência de aumento. As vendas estão a subir a um ritmo de 20%.
“Nesta região cerca de 50% das vinhas foram reestruturadas nos últimos 15 anos, numa revolução silenciosa que está na base do sucesso actual”, disse Francisco Toscano Rico, presidente da CVR Lisboa, no jantar de entrega das medalhas do concurso de vinhos que a própria comissão promove em parceria com a Confraria de Enófilos da Extremadura – Vinhos de Lisboa e que decorreu no arquivo dos Paços do Concelho da Câmara de Lisboa, no dia 8 de Novembro.
O referido sucesso explica-se em números: os 16 milhões de garrafas (12 milhões de litros) certificados em 2011 passaram a 40 milhões (30 milhões de litros) em 2017 e este ano atinge-se os 60 milhões de garrafas (45 milhões de litros). A quantidade de vinho certificado nesta região praticamente quadruplicou em oito anos. Acresce que “as vendas estão a crescer 20% e estamos a bater records todos os meses”.
Actualmente 80% do vinho produzido nesta região é exportado para um conjunto de 70 países. “Mais de metade dos nossos produtores já exporta para fora da União Europeia”, fez notar.
O responsável pelos vinhos de Lisboa salientou ainda a entrada de grandes empresas do sector que no último ano apostaram nesta região, mas também registou com agrado o surgimento de muitos novos pequenos produtores.
Num discurso em jeito de balanço do ano e de lançamento do futuro, Francisco Toscano Rico não deixou de referir a importância das cooperativas, até porque 80% dos produtores da região são associados das mesmas.
“Queremos chegar a 2050 como a mais competitiva região vitivinícola do país”, disse. Para tal, é preciso continuar a trabalhar na maior celeridade na resposta aos pedidos de certificação, mas também uma aposta na notoriedade da marca, trazendo jornalistas de todo o mundo. A CVR vai renovar o site e apostar nas redes sociais, além de ter em mãos um projecto de um livro sobre os vinhos da região.
“O enoturismo é uma das áreas que mais retorno irá dar ao sector”, defendeu o responsável, alertando ainda para os desafios que as alterações climáticas trazem ao sector: “Este ano mais de metade das vinhas da região integraram o seguro coletivo de colheitas, perfazendo um total de 20 milhões de euros de capital seguro, sendo este um instrumento fundamental para a proteção dos investimentos e rendimentos dos viticultores, e que queremos repetir no próximo ano”.
Vinhos da região distinguidos
Este ano, na 23ª edição, o concurso bateu o recorde de participantes, com 172 referências aceites, entre os vinhos regionais, os de indicação geográfica e os de denominação de origem, assim como as aguardentes.
Foram atribuídas no total 11 medalhas de prata, 28 de ouro e três de excelência.
Vários produtores da região receberam medalhas e as três de excelência estão ligadas a esta região. A Quinta do Convento de N. Sra. Visitação, de Alenquer, recebeu uma, com o colheita tardia branco de 2015. Outra destas foi para um vinho com denominação de origem de Óbidos, o Zavial Reserva 2015 tinto, da Vidigal Wines. Houve ainda uma para o Página Escolha 2018 Alvarinho branco, da Romana Vini (de Alguber), que levou ainda uma medalha de ouro pelo Página colheita seleccionada 2018 rosado, feito com uvas de Óbidos.
Os Mundus colheita tardia branco 2017 e Reserva 2013 tinto, da Adega Cooperativa da Vermelha, receberam medalha de ouro, assim como dois vinhos da Quinta do Gradil (do Cadaval): o Alvarinho 2018 branco e o Chardonnay branco 2018.
A Companhia Agrícola do Sanguinhal, do Bombarral, também recebeu duas medalhas de ouro, com o Sanguinhal Arinto & Chardonnay Branco 2018 e o Quinta das Cerejeiras (também de denominação de origem de Óbidos) Grande Reserva branco 2017.
Ouro levou também o Solar da Marquesa 2018 Moscatel Graúdo branco leve, da Casa Agrícola Horácio Nicolau (no Cadaval). Nas aguardentes foram premiados os dois produtores de Lourinhac (aguardente velha com denominação de origem controlada) da região, a Adega Cooperativa da Lourinhã com a XO (27ª série) e a Quinta do Rol, com a sua XO.
O Montes Branco 2017, da Adega Cooperativa de Alcobaça também levou o ouro. Para esta adega foi ainda uma medalha de prata, pelo Montes colheita seleccionada 2016 branco.
Nas medalhas de prata há ainda a registar uma ao Feitores Chardonnay branco 2018, dos Vinhos Feitores, do Bombarral, que levaram também o ouro com o seu Únicos Reserva 2016 tinto.
Houve ainda uma medalha de prata à Quinta do Rol, pelo Quinta do Rol Colecção Arinto branco 2015.