A Comissão Executiva da Altice (ex-PT) vai estar hoje nas Caldas da Rainha, no âmbito de um périplo que está a realizar pelo Oeste, onde assinará protocolos com a ESAD e a Federação das Associações Empresarias da Região do Oeste (FAERO). Em entrevista, dada por escrito, à Gazeta das Caldas, o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, diz que a empresa fará um investimento de milhões de euros (sem precisar quantos) na região para que esta fique com uma taxa de cobertura de fibra óptica superior a 85%.
GAZETA DAS CALDAS: A Altice anunciou que vai colocar a região Oeste com uma cobertura de fibra ótica igual à da Grande Lisboa e Grande Porto. Qual o montante desse investimento?
ALEXANDRE FONSECA – Não é nosso hábito divulgar os valores dos investimentos, mas posso assegurar que se trata de um investimento de vários milhões de euros a par do que temos feito em regiões para o qual as redes de comunicações se tornam completamente cruciais para o seu desenvolvimento económico. Ou seja, entre ter e não ter fibra ótica, hoje a diferença é abissal.
Para nós, na Altice, mais importante do que o montante do investimento, é a mais-valia que este nível de cobertura de fibra ótica vai trazer a empresas e aos habitantes desta região. Aqui, no Oeste, a região ficará com uma cobertura superior a 85%, que se cifra em cobertura similar à que têm hoje a Grande Lisboa e o Grande Porto. Ora fazemo-lo porque na Altice Portugal seguimos uma cultura de inclusão e mitigação das desigualdades, por isso mesmo leva serviços e investe em todo o território, combatendo as assimetrias regionais e promovendo a igualdade de oportunidades e de acesso, com igual custo. Por isso mesmo, a nossa estratégia tem sido aumentar a cobertura de fibra, mesmo fora dos grandes centros urbanos. Somos, realmente, o único operador com uma estratégia de investimento nas redes de nova geração transversais ao território nacional.
Acreditamos que até 2020 teremos todo o país coberto com fibra ótica. E quando dizemos todo o país, é mesmo todo o país, já que graças ao investimento da Altice Portugal, Portugal já é o número um na taxa de cobertura de fibra ótica no âmbito europeu, sobre o total de população, e ficará no futuro com um rácio próximo dos 100%.
GC – Em termos práticos o que ficam os vossos clientes da região a ganhar com esta aposta?
AF – Esta nossa atuação será determinante para a criação de valor e de investimento privado, ajudando a captar mais empresas e investimento para a região com criação de mais emprego. Por outro lado, pretendemos ainda garantir uma maior eficiência das empresas já sediadas nesta região, ao mesmo tempo que garantimos igualdade de acesso e qualidade de vida a todos os habitantes da Região Oeste.
Através da infraestruturação que tem levado a cabo com o deployment das Redes de Fibra Óptica de última geração, a Altice Portugal garante hoje acesso às auto-estradas da informação que são o caminho para aproximar as populações, criar oportunidades para os mais jovens e promover a igualdade. Estas são infraestruturas que ficarão por largas décadas ao serviço das populações e do país.
Como já referi, acredito verdadeiramente que podemos e devemos contribuir para reduzir as assimetrias através da tecnologia, do investimento e da criação de emprego, permitindo aos portugueses ambicionar melhores condições de vida.
Toda a região do Oeste vai comunicar mais rapidamente, com uma largura de banda muito superior, em que a conectividade adquirida vai ser completamente decisiva no seu dia-a-dia nas várias áreas económico-sociais.
“MERCADO OESTINO É DINÂMICO, DIVERSIFICADO E DIFERENCIADO”
GC – Que importância atribui a Altice ao mercado oestino? Que características tem que o diferenciam da média do resto do país?
AF – A Altice Portugal tem já muitas e fortes parcerias firmadas nesta região, quer com empresas quer com municípios. Somos os líderes em todos os segmentos na região do Oeste, contudo para nós a liderança não são números, é muito mais do que isso: é qualidade e parceria. Queremos que as empresas do Oeste e os cidadãos encontrem na Altice Portugal o parceiro de uma vida que acrescente ao seu esforço e empenho que são já notórios e visíveis.
O mercado Oestino é extremamente importante para a Altice Portugal, já que se trata de um mercado muito dinâmico, diversificado e diferenciado. Basta termos como exemplo que são empresas que figuram entre as maiores exportadoras do nosso país, representando áreas tão diversas como o pescado, a horticultura, a cerâmicas, faianças ou calçado, mas também na área da tecnologia ou turismo.
À semelhança de outras regiões do país, também na região Oeste, Altice Portugal é líder no segmento empresarial, com quotas próximas dos 50%. Acreditamos que se deve à capacidade de apresentarmos um portfolio de serviços muito diversificado e adaptado à realidade e necessidades de cada empresa, alavancado também na maior rede de fibra ótica do país.
Não deixaremos também de, através dos laboratório da Altice Labs, continuar a criar inovação e tecnologia que, ao longo dos tempos, venha sempre a ser decisiva para a melhoria da vida das pessoas em comunidade.
GC – Qual o vosso projecto para as Caldas da Rainha no âmbito da digitalização do processo educativo lectivo? O que ficam os alunos e professores a ganhar com isso?
AF – A Altice Portugal quer, desde já, dar o seu contributo para criar crianças mais preparadas e tecnologicamente mais aptas para os desafios do futuro. Para nós, os conceitos de proximidade e de igualdade de oportunidades começa na educação. Nesse sentido, vamos entregar tablets aos 12 municípios que compõem a Comunidade Intermunicipal do Oeste. Estes não são uns quaisquer tablets, tratando-se de Tablets 4G da Huawei com recursos digitais LeYa. Estas aulas digitais consistem num serviço interativo que permite estudar em qualquer lugar, integrando conteúdos do 1.º ao 12.º anos, vídeos e animações, apresentações e fichas para rever e treinar, testes com correção automática e jogos para a revisão final da matéria, numa abordagem sólida da aprendizagem. Assim, e com o apoio dos nossos parceiros – Huawei e LeYa –, conseguimos por ao dispor destes jovens, equipamentos e conteúdos valorizados pelos diferentes agentes de educação no processo de ensino. Aliás, consideramos que equipamentos como estes poderão vir a ser o futuro das salas de aulas, que caminham cada vez mais para a digitalização do processo educativo, através da desmaterialização dos manuais escolares. Acredite que este projeto vai ser o início de muita coisa!
O objetivo é criar oportunidades iguais para todos os jovens, contribuindo, assim, para a construção da Sociedade da Informação e acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação. Este é um compromisso que a Altice Portugal assume com a sociedade portuguesa, nas suas funções core: tecnologia e acesso.
É que a Altice Portugal tem na Responsabilidade Social um dos eixos fundamentais da sua estratégia. Através da sua Fundação, a Altice Portugal promove a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação, de um modo sustentável, nas geografias onde está presente, com o compromisso de intervenção social e apoio ao desenvolvimento, enquanto importante agente social, com enfoque prioritário, entre outras, na área da Educação.
No atual momento, Portugal tem ainda uma taxa de analfabetismo preocupante, à qual será um grande erro juntar a iliteracia digital. O combate a estes será um eixo da Altice Portugal de que eu não abdicarei e no qual a Fundação Altice tem desempenhado um papel muito relevante a par da própria Altice Portugal.
UM DESAFIO À ESAD
GC – O router Fiber Gateway, feito em cortiça, vai contar com a participação da ESAD? Em que termos?
A Altice Portugal apresentou na semana passada um router em cortiça, desenvolvido em parceria com a Corticeira Amorim. O protótipo tem já menos 50% de plástico e aproveita as características da cortiça, tornando-se assim mais ecológico mas mantendo as mesmas funcionalidades, o que, só por si, constitui uma redução substancial substantiva da sua pegada ecológica.
Queremos que este Router seja um exemplo de sustentabilidade, mas também uma peça de design. Por isso mesmo, vamos agora lançar um desafio à ESAD. Queremos que os alunos desta escola sejam autores de uma das edições limitadas deste Router, a par de designers nacionais de renome.
Este desafio vem na linha do que acreditamos ser também a nossa missão, enquanto empresa relevante para o tecido nacional e para o país: dinamizar o conhecimento, nas suas várias vertentes, estimular a academia a pensar diferente e fora da caixa, e contar com os contributos dos jovens de hoje para definir o amanhã de todos nós.
GC – Nesta incursão da Altice à região, quais são as empresas parceiras com que pretendem dinamizar a área empresarial? Que novos projectos tecnológicos se podem esperar que tenham participação regional?
AF – A Altice Portugal vai firmar um protocolo com a Federação das Associações Empresarias da Região do Oeste (FAERO). Esta é uma Federação que leva a cabo uma importante Agenda para a Inovação e para o desenvolvimento empresarial nas regiões e que permite a articulação entre todas as associações empresariais e centros de conhecimento, assim como municípios.
O protocolo estabelece a parceria entre a PT Empresas, a Altice Labs e a FAERO, nomeadamente nas áreas das telecomunicações, comunicações eletrónicas, soluções cloud, tecnologias/sistemas de informação e nos serviços de business process outsourcing. O objetivo é estabelecer laços fortes de cooperação, com vista ao mais profundo conhecimento e satisfação das suas necessidades, nomeadamente no que diz respeito a desenvolvimento de produtos e serviços, a prestação de serviços e integração de sistemas na área das tecnologias de informação e comunicação. A área empresarial da Altice Portugal tem-se focado ao longo dos últimos anos, na disponibilização de projetos completamente inovadores, cuja eficiência empresarial é uma constatação de facto. Minimizam-se custos, minimiza-se espaço ou ocupação do mesmo, aumenta-se eficiência, bem como cobertura de recursos humanos ou instalações, em que os projetos de telecomunicações se têm demonstrado um parceiro indispensável para o negócio das empresas.
Esta nossa presença no Oeste tem como objetivo fomentar a inovação empresarial e a cooperação entre empresas e associações, numa perspetiva de desenvolvimento económico coeso, sustentado e sustentável, visando também contribuir para a robustez da competitividade futura do tecido empresarial da Região.
GC – Sabia que a terceira maior comunidade francesa de Portugal reside nesta região? Para a Altice, empresa de origem francesa, a francofonia é um mercado importante e fiel?
AF – Temos orgulho na nossa origem, em França, fruto do sonho de dois empreendedores que deram origem a este grupo com presença em vários países. Mas temos também muito orgulho na nossa presença em Portugal e em todo o território português.
No Grupo Altice temos bem claro que o nosso foco e a nossa prioridade são os clientes, independentemente da sua nacionalidade ou mercado, tendo como principal missão prestar o melhor serviço e com a maior qualidade, procurando com esse pressuposto introduzir sempre novos mecanismos de melhoria de todos os pontos de contacto com o cliente.
O Grupo Altice está presente nos Estados Unidos, França, Israel, República Dominicana, Martinica, Ilha da Reunião, Mayote e Guadalupe, com serviços convergentes de telecomunicações, conteúdos e media, contando com 50.000 colaboradores e com cerca de 50 milhões de clientes.