Seca afecta produção de hortícolas no Oeste

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Gazeta das Caldas
Produtos como a couve podem vir a faltar nos mercados |DR
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A seca extrema que o território nacional atravessa e à qual o Oeste não escapa, está a ter impacto negativo na produção de Inverno de hortícolas. A área plantada este ano andará em menos de metade da habitual nesta fase do ano, o que está a provocar problemas aos empresários do sector e pode gerar falta de produtos no mercado.
A chuva que caiu durante a última semana de pouco ou nada serviu. Atenuou o problema nalgumas culturas que já estavam plantadas, mas a questão de base mantém-se: “as nascentes, os ribeiros, os furos e as barragens estão secos e se não houver um período de chuva significativa a situação não vai mudar”, disse António Gomes, presidente da Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste (AIHO) à Gazeta das Caldas.
Depois do Verão praticamente não choveu. “São muitos meses sem chuva, já depois de um Inverno anterior com pouca precipitação”, recorda o dirigente. Os primeiros a sentir as consequências são os próprios produtores. Muitos não arriscam cultivar por não terem água e os que arriscam estão a contas com o aumento de custos porque “é preciso ir buscar água a zonas mais distantes”, explica António Gomes.

Dos cerca de 5 mil hectares de culturas ao ar livre e de estufa que existem na região Oeste – de onde se estima que saia perto de metade da produção de hortícolas nacional – apenas 2 mil hectares estarão a ser cultivados com os hortícolas de Inverno.
Para os empresários que mantêm a produção, surge outra questão: o aumento de custos não é acompanhado por aumento de preços ao produtor, que se têm mantido baixos.
Desta forma, António Gomes diz que poderá haver falta de alguns produtos, como couve, nabos, nabiças, tomate, alface e outros hortícolas, ou o aumento da importação deste tipo de produtos.
O presidente da AIHO refere que este ano a fruta não foi afectada pela falta de água, uma vez que as árvores conseguem ir buscar a água a maior profundidade enquanto as hortícolas são plantas mais sensíveis, que precisam de humidade em todo o seu processo de desenvolvimento. No entanto, caso a seca se mantenha por muito mais tempo, também os frutícolas serão prejudicados na próxima campanha.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera não prevê queda de precipitação pelo menos até ao final deste mês.
O Oeste é o maior produtor nacional de hortícolas, que são produzidos desde Alcobaça até à zona de Mafra.

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