O hotel rural Quinta do Pinheiro reabriu recentemente as portas depois de ter estado quatro anos fechado. O empreendimento foi adquirido por dois empresários do concelho de Alcobaça que são amigos de infância e que prevêem ali investir seis milhões de euros. A quinta terá a funcionar 70 quartos, piscina, campos de ténis e picadeiro com aulas de equitação, entre outros atractivos, como a maior colecção privada do mestre Ferreira da Silva espalhada pela propriedade.
A Quinta do Pinheiro funcionou como hotel rural durante 15 anos e há sensivelmente quatro anos fechou. Em 2016 dois empresários que são amigos de infância e que tinham sido clientes do hotel, mas que não tinham experiência na área – o alcobacense Vítor Ferreira e o beneditense António Rebelo -, uniram-se para reabrir o espaço.
Segundo Vítor Ferreira, foi “a tendência de crescimento do turismo, que ainda está a começar, que nos levou a arriscar”. Compraram a quinta e começaram a remodelá-la. Só que os quatro anos sem actividade deixaram marcas, como infiltrações em quase todos os edifícios. Foi, por isso, necessário substituir telhados, remodelar e modernizar a cozinha e as canalizações, bem como criar os quartos de novo. Isto além do arranjo exterior.
Entre a compra da quinta e a remodelação – que já permitiu abrir as portas com seis quartos com capacidade para 18 pessoas -, investiram mais de quatro milhões de euros, sem recorrer a financiamento bancário.
Mas a dupla pretende ainda reabilitar e reabrir o edifício em frente, com 26 quartos ainda sem tipologia definida, mas com capacidade a rondar as 70 pessoas. As obras devem estar concluídas até ao primeiro semestre de 2018. Mais tarde, e ao abrigo de uma candidatura ao Portugal2020, os empresários querem expandir a oferta com mais oito quartos, totalizando 40.
No total estimam investir cerca de seis milhões de euros (ou seja, investir mais dois milhões de euros) e atingir uma facturação que em 2018 deverá rondar um milhão de euros. A previsão é que, com o projecto a 100%, o volume de negócios suba para 3,5 a 4 milhões de euros por ano. Os dois empresários acreditam que atingirão o breakeven (ponto de equilíbrio no qual as receitas igualam as despesas) em seis anos. “No mês de Outubro conseguimos atingir a capacidade máxima nos fins-de-semana”, contou Vítor Ferreira, admitindo que as grandes ondas da Nazaré deram uma ajuda num dos fins-de-semana.
Um dos grandes atractivos da Quinta do Pinheiro são os muitos metros quadrados de azulejos do mestre Ferreira da Silva que fazem daquele espaço “a maior colecção privada do artista”. A escultura “As 5 Idades da Terra”, os apóstolos à porta da capela e os bancos de rua são algumas das obras que ali podem ser vistas.
No bar, com capacidade para 150 pessoas, existem vários quadros com azulejos, que também são encontrados na parede do restaurante, que está aberto ao público todos os dias. Situado na antiga adega, a sala ainda guarda vestígios da antiga actividade, além de relógios antigos nas paredes. Ali privilegia-se a gastronomia portuguesa, numa sala com capacidade para 50 pessoas.
Mas na Quinta do Pinheiro existem muito mais atractivos. A História é um deles. Os primeiros vestígios de ocupação deste local remontam, segundo os proprietários, ao século VIII, mas o edificado é do século XVIII, como comprova a construção com a gaiola pombalina pós-terramoto de 1755. A quinta já pertenceu aos monges de Cister e à família dos Távora (perseguida pelo Marquês), já foi ferraria e também moagem.
Outros atractivos são a localização e as acessibilidades, a tranquilidade e as actividades – como um centro equestre com aulas de equitação, passeios de pónei ou de charrete pelos pomares –, havendo ainda a Natureza em estado puro, a diversidade animal e as linhas de água navegáveis com três ilhas que os empresários querem dinamizar.
Nos 23 hectares da quinta – dos quais cinco são de área residencial – existe ainda uma piscina que será remodelada e aberta no próximo Verão e dois campos de ténis que os proprietários querem colocar a funcionar criando uma parceria para uma academia (como existe para a equitação).
Os campos de futebol, que tanta fama trouxeram à quinta por ali ter sido criada uma escola do Benfica fora do Estádio da Luz, ainda não têm futuro definido. “Está tudo em aberto”, disse Vítor Ferreira, admitindo a possibilidade de criar uma escola de futebol, mas também a de reconverter o espaço para outros fins.
Outra ideia a ser estudada passa por resgatar os famosos campeonatos de pesca desportiva da quinta.
A abertura deste estabelecimento permitiu criar 30 novos postos de trabalho. O quarto mais barato custa entre os 50 (época baixa) e os 90 euros (época alta), enquanto que o quarto mais caro cifra-se entre os 80 e os 110 euros.
Com três salas com capacidade total para 450 pessoas, uma das áreas em que os novos proprietários querem apostar é a dos eventos, que podem ser casamentos, baptizados, aniversários, team buildings, e também concertos e tertúlias.
PRESERVAR O AMBIENTE
Uma grande parte do investimento foi a criação de uma estação de tratamento de águas (sai 98% tratada), visto que naquela zona não há saneamento público.
O empresário Vítor Ferreira realçou que este era um investimento imperativo porque “a água é a nossa maior riqueza e nem no pico da seca nos faltou”, mas também porque nestes solos, “a um metro e meio de profundidade, encontra-se água”.
No futuro pretendem fazer uma central fotovoltaica que permita o uso de uma maior percentagem de energia renovável e uma diminuição dos custos da factura energética. Outro projecto é a criação de uma horta biológica.
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