A criação de um fórum regional alimentar é um dos objetivos do projeto, que também fará um levantamento das espécies existentes na região Oeste
“Temos de pensar em sistemas alimentares sustentáveis porque, de outra forma, não teremos recursos para alimentar a população mundial”. As palavras são da eurodeputada Isabel Carvalhais que defendeu uma valorização do alimento e de quem o produz, bem como da conservação do material vegetal. “Ao criarmos riqueza económica local estamos a contrariar o despovoamento e a promover a coesão”, acrescentou a eurodeputada, destacando a existência de uma rede, que envolve a LeaderOeste, escolas, municípios e associações locais, que “tem trabalhado para os sistemas alimentares sustentáveis”. Isabel Carvalhais foi uma das oradoras do Encontro Sistemas Alimentares no Oeste – Por um Território mais Sustentável e Resiliente, que decorreu a 19 de abril no âmbito do Projeto de Cooperação Transnacional entre Grupos de Ação Local (GAL) – SAL – Sistemas Alimentares Locais, que visa contribuir para a construção de sistemas alimentares territoriais sustentáveis e resilientes.
O projeto, que agora está a ser iniciado, tem por objetivo o levantamento das espécies que existem no território, em vias de extinção ou pouco propagadas, tendo como parceiro de charneira o Banco Português de Germoplasma Vegetal, localizado em Braga. Este estudo é uma estrutura do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Vegetal (INIAV) que “não tem recursos humanos para fazer essa verificação no terreno e é um papel que os GAL podem vir a ter no futuro”, explica José Coutinho, coordenador do GAL da LeaderOeste. O responsável destacou também a ligação que a associação tem com o município de Torres Vedras, que há vários anos trabalha as políticas públicas na alimentação, sobretudo nas cantinas escolares. Pretendem constituir um fórum regional alimentar e “Torres Vedras será usado como bom exemplo para tentar disseminar o que tem feito, pela região”, concretizou José Coutinho sobre o sítio de partilha das boas práticas e do que deve ser feito, ao nível de políticas públicas para apoiar a produção e de sessões nas escolas de educação alimentar.
O IPL irá fazer um diagnóstico da região e a EHTO irá editar um livro de gastronomia ligado à doçaria, com a base histórica local.
A LeaderOeste encontra-se também a desenvolver, na região, o Plano Nacional para a Alimentação Equilibrada e Sustentável, que incorpora políticas já bem sucedidas como é o caso do Prado ao Prato, da promoção da dieta mediterrânica e do combate ao desperdício alimentar. Com uma abordagem direta às escolas e IPSS, conta com uma nutricionista e uma técnica que fazem o périplo pela região, com sessões de sensibilização. ■