A Transwhite – Transportes Unipessoal Lda., transportadora internacional com sede no Guisado (Salir de Matos), está a investir cerca de dois milhões de euros em novas instalações na Zona Industrial das Caldas da Rainha. A empresa tem crescido de forma exponencial desde 2006, quando começou as rotas internacionais. Hoje conta com 160 colaboradores e uma frota que já ultrapassa os 60 camiões. Os países do norte da Europa são os principais destinos – só a Holanda representa cerca de 80% das rotas.
O investimento de dois milhões de euros, que incluiu a aquisição do terreno e a construção, é absorvido maioritariamente pelo novo armazém, dotado de cais de carga e descarga. “A parte de armazém está a ficar reduzida nestas instalações e a maneira de gerir as cargas e descargas com cais também é diferente”, revelou Manuela Sábio, gerente da empresa, à Gazeta das Caldas.
A nova infra-estrutura inclui ainda uma zona de parqueamento para a frota de camiões e escritórios.
A empresa começou no Guisado, mas está desde 2008 na Zona Industrial, nos pavilhões da Auto Júlio. A proximidade com a A8 é um dos motivos da localização dos armazéns próprios da empresa, que não quis sair da região. “Somos uma empresa da região, uma grande percentagem dos trabalhadores são de cá, alguns dos que não são mudaram-se para cá, e por tudo isso ficámos aqui”, contou Manuela Sábio.
Em franco crescimento, o grupo, que inclui a Transwhite e a Logiqueen (que gere a logística e os serviços de grupagem), facturou cerca de 7,5 milhões de euros em 2013, cresceu para os 10,3 milhões em 2014 e segue este ano com expectativas de “um crescimento elevado face a 2014”. No ano passado os resultados líquidos positivos superaram os 250 mil euros, refere a gerência, e o desempenho colocou-a como a segunda empresa do concelho das Caldas da Rainha entre as que tiveram melhor performance geral, segundo o ranking publicado pelo Região de Leiria.
Para além das instalações nas Caldas, a empresa tem um armazém com 3.200 m2 e oito cais na Holanda, onde trabalham alguns portugueses, e outro em Albergaria-a-Velha, com 1.900 m2 e dois cais.
Crise transformou ameaça numa oportunidade
A Transwhite foi criada em 2004 por José Mota, que se mantém como proprietário da empresa e foi este ano condecorado pela Câmara das Caldas, no 15 de Maio, por mérito comercial e industrial.
José Mota trabalhava para uma transportadora nacional que deu a hipótese de os motoristas ficarem na posse do camião que conduziam. “A empresa dava as cargas e ele conduzia”, recorda Manuela Sábio, esposa de José Mota. Fazia apenas serviço nacional e assim foi durante mais dois anos.
Nessa altura, houve hipótese de trabalhar com uma empresa portuguesa que fazia transporte de flores para a Holanda. Foi o início da internacionalização e da expansão.
“Nessa altura aumentámos a frota para cinco camiões e começámos com os frios”, conta a gerente.
Mas o boom aconteceu depois de 2008, com a resposta do empresário à crise. “Começámos a sentir mudanças, os clientes já não pediam um camião, pediam meio, ou duas ou três paletes. Ninguém fazia stock”, recorda Manuela Sábio.
A resposta a esta baixa na procura foi a criação de uma empresa dedicada em exclusivo ao serviço de grupagem: a Logiqueen.
Como a própria designação indica, a empresa agrupa os pedidos de diversas empresas para aproveitar toda a capacidade de carga do camião, tanto na ida como no regresso. “Carga vazia é dinheiro de combustível e portagens desperdiçado”, salienta a gerente.
Para coordenar todas as operações existem três pessoas na coordenação de tráfego só para a exportação e outros três só para a importação. Mesmo os reboques frigoríficos quando não têm carga refrigerada para o regresso voltam com carga geral.
“É aí que nos diferenciamos, tentando entregar um camião com logística com a mesma rapidez de um camião completo”, sublinha Manuela Sábio.
Esta capacidade de resposta foi reconhecida pelos clientes. “Conforme foram solicitando mais carga, fomos adquirindo mais viaturas até chegar onde estamos”, refere. Em sete anos o número de camiões cresceu de cinco para 60. O número de trabalhadores tem crescido todos os meses, chegou aos 160 – a maioria motoristas – e não deve ficar por aí.
Apesar de trabalhar o mercado nacional, este representa apenas cerca de 10% do volume de facturação. O principal mercado é a Holanda, que representa 80% dos serviços, mas também há clientes fidelizados em países como Espanha, Inglaterra, Bélgica e Alemanha. Os camiões de frio transportam flores e produtos de campanha, como frutas, principalmente pêra rocha, e hortícolas. A esmagadora maioria dos serviços são contratados por clientes estrangeiros.
Combustível é a maior despesa
O combustível e depois as portagens são as duas maiores despesas da Transwhite. Só depois vêm os custos com o pessoal. O sector passou dificuldades com o aumento do preço dos combustíveis e a introdução de portagens nas ex-SCUT aumentaram essas dificuldades.
Segundo Manuela Sábio, existe uma pressão crescente para que o preço ao cliente baixe. Em relação às portagens há pouco a fazer, por isso é nos combustíveis que a empresa tenta poupar ao máximo. E isso significa abastecer apenas o mínimo indispensável em Portugal. “Seria mesmo muito mais caro abastecer cá”, observa.
O abastecimento é feito em Espanha e na Bélgica, onde têm os fornecedores com os preços mais competitivos do mercado. “O fornecedor tem várias estações, mas colocamos sempre na mesma. É mais barato porque está mais perto das refinarias”, explica Manuela Sábio. Os motoristas são informados sobre quais as bombas onde devem abastecer.
Dois homens ou em casal
As viagens para o estrangeiro são sempre feitas a dois, para garantir vários turnos de condução. Por norma, são dois homens, mas a Transwhite também recruta casais. Estes estão nos frios, porque as cargas gerais obrigam a realizar mais manobras na carga e na descarga, porque abrangem vários clientes, o que torna essa tarefa mais difícil para as mulheres. Já no frio, normalmente a carga vai completa para um único destino e não é preciso andar a descarregar em diversos pontos.
Trabalhar em casal tem como grande vantagem a compatibilidade das pessoas. Esse é também um aspecto importante quando se escolhe uma dupla de homens para uma rota internacional. “Passam 24 horas por dia juntos, é importante que se dêem bem”, observa.
Uma viagem à Holanda, a mais comum das rotas da Transwhite, demora cinco dias da partida ao regresso.
A carga regular mais distante é à Noruega, mas o local mais distante onde já esteve um camião da Transwhite foi a fronteira da Bulgária com a Turquia, a 3.700 quilómetros das Caldas da Rainha.
Foi também nessa viagem que aconteceu o episódio mais caricato. O camião ficou retido na Bulgária quase duas semanas porque na fronteira com a Turquia foi exigida uma série de documentação que não tinha sido enviada pelo cliente norueguês. Foi preciso contratar um agente para tratar da burocracia na Bulgária e quem ajudasse os motoristas a comprar água e comida. “O país também os assustava um bocadinho, foram dias de ansiedade até conseguirmos desbloquear a situação”, recorda a gerente da Transwhite.
Camiões que são um ‘luxo’
Há um aspecto igual em todos os camiões da Transwhite: são brancos (do inglês white). Mas se há coisa que o proprietário da empresa gosta é de ter os camiões bem cuidados e apresentados. E não faltam comodidades a quem os conduz.
O camião é adquirido por partes e o custo oscila consoante as marcas, a cavalagem e as características do reboque. Um tractor, a cabeça motriz do conjunto, pode custar entre os 110 e os 150 mil euros. Todos os 60 foram escolhidos por José Mota. Apesar de a frota ter camiões de várias marcas, a preferência está na gama V8 da Scania.
Quanto ao reboque, o frigorífico pode custar 70 mil euros, enquanto o de lona chega aos 30 mil. “As nossas lonas têm protecção antirroubo e flexibilidade para cargas mais altas”, justifica Manuela Sábio.
O exterior é sempre embelezado. “É o que nos diferencia na estrada”, observa a gerente da Transwhite. Também há cuidado em ter imagens apelativas nas lonas e que a frota ande sempre bem limpa. “O cliente holandês gosta do camião e do reboque bonitos, trabalhar lá faz-nos ser como eles”, acrescenta.
Bonitos por fora, confortáveis por dentro. Como nos automóveis, alguns camiões têm ar condicionado que só funciona em andamento, mas não os da Transwhite. Estes têm aparelhos que funcionam de forma autónoma do motor do camião. “Com o frio, mas principalmente com o calor, os motoristas não conseguem dormir sem o ar condicionado”, explica. Para além disso, os acabamentos são em pele, os bancos têm todas as comodidades possíveis e todos os camiões têm frigorífico, congelador, máquina de café, microondas ou forno, e duas camas.
Um dos camiões da empresa ostenta no reboque imagens das Caldas da Rainha e da Lagoa de Óbidos, uma forma de levar um pouco da região para o estrangeiro.
Grandes gestores e dois seres humanos excecionais.
O motorista que sou hoje, devo-o a esse casal, pois à cerca de seis anos deram-me trabalho mesmo sabendo que eu já tinha 52 anos e nenhuma experiencia em semi reboques.
Para essa empresa as maiores felicidades.Satisfaz-me saber que crescem a cada dia.
Bem hajam.
Muito bom gosto muito so tenho pena de trabalhar onde estou se nao ia ai .qualidade de trabalho continuem
Ola boa noite axo um exagero isso e uma empresa que so trabalha de noite i baixos salarios eu nao me interessa camioes novos desde que tenho as condicoes minimas e bom para ganhar 1800 euros mes ganho a fazer espanha 1600 eur