A Fábrica Bordallo Pinheiro esteve em destaque numa das últimas edições do semanário Expresso em 12 de Julho.
Em declarações àquele jornal, Nuno Barra, director de marketing e design externo da Bordalo Pinheiro, diz que a Visabeira já investiu dois milhões de euros na fábrica caldense e que, em termos de estratégia, esta unidade pretende “aumentar os mercados internacionais e desenvolver produtos”. Conta ainda que em 2009 a fábrica, antes de ter passado para a Visabeira, “esteve em risco de desaparecer”.
O mesmo responsável deu a conhecer ao Expresso que a Visabeira está há cinco anos na Bordalo e que teve como prioridade reorganizar a produção, os sistema de fabrico e a marca.
Há cinco anos a fábrica “produzia 4000 referências, mas não tinha capacidade produtiva e a gama estava mal organizada”, disse, acrescentando que naquela altura não havia aposta na marca.
“No estrangeiro os produtos eram vendidos sem a marca Bordalo Pinheiro, o que fazia com que ficássemos dependentes dos clientes caso eles quisessem baixar o preço”, acrescentou o director de marketing.
Nuno Barra deu a conhecer que das 4000 peças que se faziam agora só se produzem 680. “A fábrica vendia as peças abaixo do preço de custo porque o sistema estava mal feito e não incorporava os custos todos. Havia clientes que pagavam 100 mil euros por uma coisa que custava 150 mil euros”.
Por esse motivo as margens eram negativas e os preços tiveram que aumentar entre 5 a 30%. “Um produto artesanal não pode ser barato”, disse, referindo ainda que esta unidade industrial “não é uma fábrica qualquer porque tem o legado cultural de Bordalo Pinheiro e a empresa não valorizava isso”.
“Apostar num segmento mais elevado”
Além da recuperação do património bordaliano, é referido no artigo que a fábrica aposta nas colecções de artistas portugueses e brasileiros.
Nos mercados internacionais, os EUA, França Alemanha, Espanha e Dinamarca representam 60% das vendas da Bordalo Pinheiro quando em em 2009 representavam apenas 35% da facturação.
Agora a fábrica parte à conquista de Argentina, México e Chile, onde Nuno Barra considera que há um grande potencial dado que existe “uma classe social com elevado poder de compra”.
O lançamento da colecção Bordalianos Brasileiros foi o pontapé de saída para penetrar no mercado daquele país. Segundo o Expresso, venderam-se 500 peças feitas pelos artistas brasieliros que estiveram em residência artística nas Caldas. A mais procurada das obras é a Terrina Noé, uma peça do artista Barrão.
No artigo, assinado por Catarina Nunes, refere-se que a fábrica caldense criou nos últimos dois anos 20 novos postos de trabalho. O peso da louça de mesa e utilitária é de 75%, sendo o restante resultante da venda de artigos decorativos.
Tal como Gazeta das Caldas noticiou recentemente, o artigo também destaca a rota bordaliana que integra as 14 figuras gigantes que vão ser colocadas nas ruas caldenses, recordando que, por exemplo, as figuras de Zé Povinho e Ama das Caldas têm 1,80 metros de altura.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt