Alunos e professores de cidade turca que adoptou o conceito, conheceram alguns exemplos
O slow food foi criado por um grupo de ativistas, em Itália, na década de 1980, com o objetivo de defender as tradições regionais e o prazer gastronómico e um ritmo lento de vida por oposição ao estilo de vida fast food e o ritmo de vida acelerado. O conceito tem evoluído e há atualmente cidades slow (Cittaslow). Um desses casos é Seferihisar, em Esmirna (Turquia) que, em 2009, foi reconhecida como a primeira “cittaslow” turca, resultado do seu apoio às empresas locais, fomento das tradições, proteção do ambiente e o encorajamento à participação ativa da comunidade na vida cívica nos negócios de base local. Uma das premissas deste movimento é também o desenvolvimento de um conjunto de atividades por parte das entidades locais, como é exemplo o projeto da escola secundária local, a Seferihisar Necat Hepkon Hight School, com entidades de mais três países: Itália, Eslovénia e Portugal, no âmbito do programa Erasmus +. No caso português o convite foi feito à associação CAI – Conversas Internacional que, já tendo realizado outros projetos na região Oeste, nomeadamente nas Caldas, entendeu que este seria um bom local para visitar boas práticas. A comitiva turca, composta por seis estudantes, três professores e o diretor da escola, começaram por conhecer, na manhã de 26 de janeiro, a Horta do Pé Descalço, seguindo-se uma visita à Praça da Fruta e a uma horta urbana na Avenida 1º de Maio, almoço na EHTO e a receção na Câmara. A vereadora Conceição Henriques, ficou a conhecer o movimento e projeto pelos próprios alunos, nomeadamente o impacto que o consumo dos produtos locais têm ao nível económico, mas também turístico, para uma cidade como Seferihisar, bem como os ganhos a nível ambiental e de redução da pegada de carbono. Destacaram ainda as boas práticas que encontraram neste território e lançaram o desafio das Caldas se tornar uma “cittaslow”, que a autarca vê como um caminho que pode ser seguido. “As Caldas tem todas as características para começar a desenvolver perspetivas que consolidem uma maneira de viver próxima do conceito de slow food”, disse, realçando que este é um movimento que terá de partir da consciencialização das próprias pessoas. “Temos muitos produtores locais, peixe pescado nesta zona e que podemos consumir fresco, famílias que continuam a cozinhar e uma Praça da Fruta”, exemplificou Conceição Henriques, realçando a preocupação ambiental e de sustentabilidade associada a este conceito.
O projeto internacional “Slow school in a city slow”, começou em junho do ano passado. Helder Luís Santos, coordenador de projetos da CAI, realça que este movimento é transversal a toda a sociedade, numa lógica também de valorização dos produtos locais e do meio ambiente. Esta associação é especialista em educação não formal e apoia os “jovens a encontrarem novas formas de se expressarem e fazerem verdadeiramente a proteção do ambiente e do combate às alterações climáticas”, explicou à Gazeta das Caldas. ■