Dia Aberto voltou à EB de Santo Onofre com programa exemplificativo das atividades letivas
“O professor deve potenciar cada vez mais o que os jovens sabem e podem fazer. Ensinar é essencialmente sobre eles, não é sobre mim”, afirmou Rui Correia, professor de História na Escola Básica de Santo Onofre, no âmbito da atividade “Futuros da ‘sala de aula’”.
“O futuro das salas de aula é sabermo-nos aproximar dos alunos e eles compreenderem que podem errar à vontade e que não há nada de vexatório nisso”, defendeu o professor, passando, de seguida, à apresentação do mobiliário da sala onde decorreu a atividade (a 14), que foi transformada num Laboratório Educativo Digital (LED), por enquanto, o único na escola.
Esta sala está equipada “com aquilo que há de mais avançado em termos de didática”. Entre os materiais, saltam à vista o “ActivPanel” (quadro interativo) e as cadeiras de rodinhas que incluem um tampo de mesa flexível e um espaço de armazenamento sob o assento, permitindo alterar, “em segundos”, a configuração da sala de aula. Existem também impressoras 3D e “muitos materiais analógicos”, como o barro e os legos.
Porém, para o professor, “todo o espaço é um espaço de aprendizagem”, e não apenas a sala de aula, pelo que mostrou também, com recurso a um mini-assistente do público, as cadeiras-mesa “Ztool”, que os alunos utilizam quando têm aulas no exterior.
A atividade integrou o programa do Dia Aberto da EB de Santo Onofre, decorrido a 20 de maio, depois de três anos em que não se concretizou. Este contou com atuações de dança, música, exposições e múltiplas atividades realizadas no âmbito das disciplinas, que estiveram espalhadas pelas salas e espaços da escola, e muitas das quais exemplificaram o trabalho desenvolvido ao longo do ano letivo.
Atualmente, a escola tem mais de 900 alunos, entre o 1.º e o 3.º ciclos. “Há 10 anos, a EBI estava a atravessar um período difícil, um estigma que se instalou, e, nessa altura, tínhamos cerca de 400 alunos. Mas, nestes últimos anos, o 1.º ciclo tem estado sempre cheio, e o 2.º e 3.º ciclos também”, explicou Carlos Hermínio, professor do 1.º ciclo e coordenador do Dia Aberto, acrescentando que “esta iniciativa contribuiu fortemente para que as pessoas desconstruíssem aquela imagem que se tinha colado à EBI”.
Novo Manual de História
“Procura” é o nome do novo manual de 9.º ano de História, editado pela Raiz Editora e co-autorado por Rui Correia, que contou ainda com a participação de professoras de Português, pela primeira vez na história dos manuais desta disciplina. Além disso, a maioria dos seus autores pertence aos agrupamentos de escola Raul Proença e Rafael Bordalo Pinheiro, tratando-se do primeiro manual a nível nacional a ser traduzido para língua gestual, e contendo ainda uma versão inglesa, de especial relevância face ao crescimento do número de alunos internacionais nas escolas portuguesas, não sendo as caldenses exceção. ■