O espaço permite a abertura do projeto à comunidade, com oficinas e workshops para crianças, famílias e idosos.
Um foguetão para ir à Lua, um capacete de ideias, outro para fazer os Trabalhos para Casa (TPC), são apenas algumas das máquinas expostas no espaço My Machine Portugal, situado na Casa do Centro (antiga biblioteca municipal), na vila de Óbidos. Foram idealizadas pelos alunos do primeiro ano do primeiro ciclo de Óbidos, desenhadas por estudantes da ESAD e depois construídas por alunos do secundário profissional, nomeadamente do CENFIM.
O projeto, que surgiu em Kortrijk (Bélgica), através da Universidade de Howest, com o objetivo de trabalhar a criatividade e a inovação na educação, funciona em Óbidos desde 2014, e já se estendeu a outras localidades como Campo Maior e Vila Nova de Famalicão. A nível internacional o programa é desenvolvido em mais de uma dezena de países.
No entanto, o facto de apenas abranger os alunos do primeiro ano de escolaridade, e a partir dessa altura perderem o contato com o projeto, “que é tão forte”, levou a autarquia de Óbidos a criar um espaço aberto a todos os estudantes mas também à comunidade.
A funcionar desde a passada segunda-feira, o Espaço My Machine Portugal integra um circuito dirigido a várias faixas etárias, que simula uma viagem ao espaço, a Missão Terra, desafiando os visitantes a refletirem sobre alguns temas da atualidade e a repensarem o seu contributo para um planeta melhor. No mesmo local irão decorrer oficinas e workshops, integradas numa agenda mensal. “Vamos tentar oferecer alguns programas para turmas de outras localidades que cheguem a Óbidos de manhã, possam usufruir deste espaço, almoçar e depois terem oficinas também no Museu Municipal ou na Casa José Saramago”, exemplificou a vereadora Margarida Reis, durante a inauguração do espaço, no passado dia 11 de novembro. Na cerimónia participaram representantes de escolas e diversas entidades da região e foram estabelecidos alguns protocolos para a continuação do desenvolvimento do projeto.
Envolver vários níveis de ensino
O projeto, já reconhecido pelas Nações Unidas e que tem vindo a ganhar vários prémios, funciona nas escolas ao longo do ano letivo e assente na metodologia das três etapas: a ideia, o design e a construção. Inicialmente é pedido às crianças do primeiro ciclo que idealizem a sua máquina de sonho, (para resolver um problema ou desafio) que os alunos do ensino superior traduzem num desenho técnico e fazem o respetivo caderno de encargos, já em articulação com os alunos do ensino secundário profissional, que irão construir a máquina.
Atualmente o projeto, em Portugal, é desenvolvido em 12 escolas do primeiro ciclo do ensino básico, envolvendo 400 alunos, assim como quatro instituições do ensino superior, com 50 estudantes. Estão ainda envolvidas 9 escolas secundárias e profissionais (130 alunos), empresas e uma Cooperativa de Solidariedade Social.