CAPITAL PSICOLÓGICO – Como gerir uma empresa (quase) sem regras

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noticias das Caldas
| D.R.
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Ricardo Semler é um dos administradores e donos de empresa que mais admiro. Uma simples procura pelo seu nome no site das Ted Talks permite facilmente descobrir alguns dos seus testemunhos sobre como a sua empresa é gerida e mais, como os trabalhadores são acolhidos e como é feito o seu desenvolvimento, promovendo o seu capital humano.
Brasileiro, herdou há décadas a empresa do seu pai e criou uma verdadeira mudança de cultura em quase todos os processos da empresa. Desde o recrutamento, a relação com competidores, a ação comercial, a avaliação de desempenho – tudo.

Num dos seus vídeo “como gerir uma empresa (quase) sem regras”, Ricardo começa por falar daqueles que designa como os seus dias terminais (segundas e quintas feiras). Nesses dias, ele decide não trabalhar, ou seja, decide fazer tudo o que faria caso soubesse que iria morrer nos próximos dias. Depois, passa a explicar o motivo que o leva a fazê-lo e como isso tem implicações na forma como é gerida a empresa.
Os trabalhadores não têm local fixo para trabalhar, quando superam um objetivo (comercial, pro exemplo) têm obrigatoriamente que descansar, todos sabem do salário de todos, quando uma chefia tem uma avaliação abaixo de determinado parâmetro durante seis meses é substituído por outra pessoa, … Vários são os exemplos que determinam o sucesso de uma empresa que – à partida, e visto à luz da nossa cultura – teria tudo para falhar.
Mas não, Ricardo é disruptivo. Tem o que toda a gente tem: uma vida (não duas nem mil), e uma grande vontade.
Neste vídeo com cerca de 21 minutos, Ricardo continua a falar em detalhe de alguns destes processos e da forma como são conduzidos. No caso do acolhimento de novos colaboradores, a decisão é deixada sobretudo no colaborador: “Depois de passares uma semana inteira connosco, depois de entenderes que o que queremos é o teu melhor, depois de saberes como somos – queres começar?”. E nós diríamos – tem tudo para correr mal. Mas porque será que corre bem? Porque será que a empresa de Ricardo é tão boa? Valores, são os seus valores, cuidadosamente alimentados, como se regam flores. A dedicação e a partilha de uma causa. E os resultados: aquilo que se ganha quando ousamos arriscar mudar e questionar o status quo.
Mais, da empresa nasceu uma escola. E nessa escola aprende-se a aprender. Currículos iguais, abordagens disruptivas. Muito num modelo de “Escola Moderna” e outros que conhecemos atualmente.
A empresa, como diria Semler, não é uma empresa. É uma comunidade, é uma cultura. É uma aprendizagem e é uma modo de ser e estar.
Desafio o leitor a ver este vídeo e a partilhar o seu entendimento: como podemos fazer, o que nos falta fazer para fazermos crescer empresas, inspirados por Ricardo Semler?

Mara Castro Correia
Coach, consultora e psicóloga do trabalho e das organizações
maracastrocorreia@gmail.com

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