Como herança do Governo Sócrates fica para os oestinos a morte anunciada para a Linha do Oeste, através de um polémico “estudo”, que em nome de um pseudo-rigor financeiro visava transformar a Linha do Oeste numa espécie de ramal entre Torres Vedras e Lisboa, aplicando a sentença de morte a toda a restante Linha a norte de Torres Vedras. Ora, contra esta traição levantou-se (e bem), no Oeste, uma enorme onda de indignação, a que a imprensa local oestina deu eco e a que os deputados oriundos das Caldas da Rainha (e bem) não foram alheios. Acontece, todavia, que sobre este autêntico atentado contra o Oeste e a sua população, importa não ficar por aqui, ou seja pelas palavras, de circunstância, ainda que bem intencionadas, mas que palavras, apenas sendo, não atalham à raiz do problema.
A primeira questão que importa ter em conta é a obtenção de um compromisso, bem claro e firme, por parte de todos os deputados oriundos das Caldas e do Oeste, em geral, de que não abrirão mão, jamais, da manutenção da Linha do Oeste na sua plenitude e de que, ao invés disso, se vão bater, na Assembleia da República, pela modernização da linha, de acordo com uma proposta originária do Bloco de Esquerda, aprovada na última legislatura.
Importa, também, que todos nós oestinos, com alguma influência na opinião pública, que escrevemos nos jornais ou temos acesso a outros meios de informação (rádio e TVs) não deixemos morrer esta nobre causa da Linha do Oeste e da importância da revitalização da ferrovia convencional, em geral. E não temos de o fazer apenas por uma mera questão de bairrismo, mas antes porque temos a certeza que esta é uma causa justa e muito importante para o desenvolvimento do País, em termos desse mesmo correcto desenvolvimento e, também, em termos de saúde ambiental, por exemplo.
Mais uma vez recordo a minha velha tese, a que agora muitos mais dão razão e que, pela qual há imenso tempo me bato; declarando com toda a convicção de que o transporte ferroviário é o transporte de massas do futuro, que irá suceder ao exagero do transporte privado automobilizado, mais a mais num País em grave crise económica, uma vez que o transporte ferroviário é, se bem dimensionado e publicitado, um transporte, de longo e médio curso, bem mais económico, com efeitos muito menos poluentes e bem mais confortável que o transporte rodoviário.
Por todas estas razões e mais uma (porque somos oestinos e devemos ao comboio esta nossa identidade) temos de fazer desta nossa nobre causa, da Linha do Oeste, uma bandeira a bem alto levantar; e com toda a força temos de nos unir pata “matar” esta morte socrática anunciada, para a Linha que é, ainda, mesmo que moribunda (por força de políticas traiçoeiras e completamente erradas), o principal eixo de transportes que nos une e identifica.
Fernando Rocha
Deputado Municipal do BE
nas Caldas da Rainha