Como é do conhecimento geral, nas últimas eleições autárquicas fui eleita como independente nas listas do PS.
Os motivos que levaram a minha eleição são os mesmos com que o PS me acusa.
Sou e serei sempre uma pessoa de princípios, valores, convicções e coerência na minha forma de actuação.
É interessante sentir, que aquilo que o PS tanto defendia me culpa agora.
Não mudei na minha forma de ser, quem o PS convidou pára as suas listas é a mesma pessoa que hoje o PS tenta denegrir e acusar.
Não me afastei nem aproximei de partido político algum, não alterei as minhas posições e compromissos, continuando profundamente ligada às liberdades adquiridas com a Revolução do 25 de Abril, em especial, a liberdade de expressão, não me deixando vergar por imposições ou pressões, que ao longo deste ano de mandato, têm vindo a ser constantes por parte do PS.
Considero que o que esteve e está sempre em causa, é aquilo que é o melhor para o Concelho. É essa a linha que me move e é de acordo com esta verdade que tomei e tomarei as minhas decisões políticas.
Não comungo do princípio que o PS parece defender, do “quem não está comigo está contra mim”, simplesmente porque não posso aceitar o inaceitável ou defender o que não é defensável.
Foi como independente que entrei na lista do PS e não posso agora, defender valores que parecem ser pertença do PS de Óbidos e só dele, já que a nível nacional não é este PS que temos, o que é bem claro e se detecta na sua forma de actuação.
Meus Senhores e minhas Senhoras, penso, tenho consciência, vontade própria, e não admito que ninguém me queira moldar, valorizando hostilidades em vez de ir ao encontro dos verdadeiros problemas do Concelho.
Mais digo, colocam-me agora ao lado do PSD, muito se enganam, a verdade é que não faço fretes políticos, nem vossos nem de qualquer outro partido.
Não tenho qualquer ligação ao PSD, mas tenho uma ligação e compromisso de quatro anos à população do Concelho de Óbidos. Compromisso esse, que mantenho e vou cumprir até ao último dia, porque considero que os compromissos são feitos para serem honrados e não abdico de lutar pelo que é bom e essencial para o Concelho que me elegeu. Não minto a população, nem negocio o meu cargo, como o PS queria que fizesse, fazendo-me uma proposta desonesta e que, mais uma vez denigre a sua imagem neste Concelho.
Mantenho-me a mesma pessoa que participou nas últimas eleições, porém sinto-me traída, atraiçoada por aqueles que se dizem defensores dos direitos básicos e que sem perguntarem, sem ouvirem, talvez até sem pensarem, os violam directamente no seu essencial e real significado.
São estes senhores e senhoras que vêm agora acusarem-me de não ter valores e de ter uma actuação política de acordo com o PSD.
Pergunto: com que idoneidade fazem estes senhores e senhoras tais afirmações? Quem são os senhores para aludir aos meu valores?
Não vos reconheço competência alguma para o fazer, creio mesmo que, em consciência, não o posso sequer admitir, pois não há justiça nas afirmações que fazem.
Dizem ter-me dado varias oportunidades, como se dá aqueles que não se portam bem, e oportunidades que não terei considerado e por isso castigaram-me. Nem sequer percebem que quem castigam é o Concelho e só ele, a população e só ela.
Será que não se pode falar a verdade neste concelho? Será que este PS protagoniza a senhora do silêncio e olhos vendados, proibindo-me de pensar e de agir segundo a minha consciência e análise, quando considero sempre o bem do meu concelho? Que mal vão os ideais de Abril e o respeito por estes.
Sou agora tida como cúmplice política de uma história que desconheço.
Tudo porque votei a favor um orçamento que, após análise, se me apresentou como fiável e viável para o Concelho, enquanto o meu colega se absteve. E o que é a abstenção, senão o voto a favor? Este e um principio que o próprio PS me ensinou. Então qual a verdadeira diferença na votação?
A verdadeira diferença pauta pelo facto de eu não entrar em jogos, não aceitar pressões, não acolher propostas que considero vergonhosas, não embarcar nas aparências, muito menos num diz que disse político que só prejudica o Concelho.
De forma livre e consciente, lanço este comunicado, sem dirigir ofensas pessoais como as que me foram feitas a mim, lanço apenas a verdade e não mais que a verdade.
Mais esclareço, reitero a todos os que confiaram em mim e até aos que não confiaram, que me guio por valores de rigor, responsabilidade e coerência, e será essa a métrica da minha actuação política.
O desenvolvimento do Concelho e o bem da população, são os princípios que me ligam a politica. Por eles e em nome deles, continuarei a ser Vereadora servindo aqueles que em mim acreditam e ate aqueles que um dia irão acreditar.
Desta forma, assumo-me Vereadora Independente, ao serviço do meu Concelho e de todos vós.
Maria Goreti, Vereadora Independente