A abrangência de influência das Escolas

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José Santos
professor
Hoje em dia, a informação encontra-se à distância de um click, à distância de um toque num ecrã, independentemente da capacidade que temos de a interpretar, independentemente da idade ou dos filtros que temos para a descortinar.
A era das enciclopédias e dos compêndios terminou há já muito tempo, o tempo das pesquisas exaustivas em livros com informações por vezes desatualizadas, o tempo de “queimar pestanas” já lá vai. Agora, temos acesso a todo o tipo de informação num milésimo de segundo. Em trinta minutos reunimos tanta informação que nem conseguimos tratá-la em tempo útil. E nem vou aqui falar do Chatgpt e da inteligência artificial generativa.
Daí, que tenhamos de ser nós, Escola, mais uma vez, a fornecer as ferramentas para que os nossos jovens consigam perceber as suas opções, consigam entender qual a informação mais fidedigna, consigam entender e descortinar a informação mais adequada para trilhar o seu caminho na vida.
Aliás, desde sempre que esse tem sido o nosso caminho, preparar crianças e jovens para a vida, ensiná-los a pensar, dar-lhe as ferramentas para que construam o seu caminho, para que desenvolvam o seu espírito crítico.
Nesse sentido, a Escola de hoje tem de ser uma escola com uma abrangência de influência muito grande, deve dar a conhecer aos seus alunos um leque de aprendizagens que os consiga fazer desenvolver todas as competências, não tendo em vista apenas o concluir a escolaridade obrigatória ou o emprego futuro, mas envolver os mesmos na construção de uma sociedade mais participativa, mais atenta, mais democrática e interventiva.
Logo, os nossos alunos deverão, ao longo do seu percurso académico, com início no pré-escolar, começar a construir filtros. Filtros que os preparem para um mundo, uma sociedade em constante mudança, que lhes permitam efetuar uma triagem do que é falso e verdadeiro, do que interessa e do que não. Filtros que os ensinem a pensar, a refletir, a serem autónomos. A debater argumentos e sustentar opiniões, a argumentar e também aceitar a opinião dos outros, quando disso for o caso.
 E é isso que nós na escola fazemos, fornecemos aos nossos alunos um grande leque de oportunidades para que se tornem cidadãos ativos, participativos, empenhados e conhecedores. Ensinamo-los a pensar, a sustentar opiniões, envolvemos a comunidade e os atores necessários nesse processo. Construímos os filtros necessários para que possam ser atores ativos na sua vida. Por último, mas não menos importante, ensinamo-los a pensar não só em si, mas também no outro, a serem jovens preocupados com as implicações das suas ações, das suas decisões.
E fazemos isto constantemente, geração após geração, os frutos, esses veem-se quando os encontramos, jovens adultos com a vida toda pela frente, a trabalhar, a estudar e…
… a viver. ■
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